Mais de 33 mandados judiciais foram cumpridos durante a Operação Guardiões de Areia, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em parceria com a Polícia Civil (PCMG), nesta quinta-feira (4), na Zona da Mata. A ação foi realizada nos municípios de Teixeiras, Viçosa, Ponte Nova, Rio Casca, Pedra do Anta, além da capital Belo Horizonte.
O objetivo é apurar a prática dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, falsidade ideológica, fraude à licitação, milícia privada e lavagem de dinheiro na região.
Segundo as investigações, três investigadores da Polícia Civil teriam se associado em uma espécie de milícia armada para favorecer uma empresa do ramo de mineração em Teixeiras, com o recebimento de vantagens ilícitas.
Para dar viabilidade ao esquema, os agentes públicos teriam constituído empresas de fachada em nome de “laranjas”, para ocultar e dissimular os pagamentos irregulares. Essas firmas também atuavam no serviço clandestino de segurança privada, com uso indevido do aparato estatal.
Investigados e apreensão
Além dos policiais civis, também estão sendo investigados um assessor parlamentar, três empresários, um contador, um ex-escrivão, um profissional autônomo e uma profissional da área ambiental.
Até o momento, foram apreendidos dispositivos eletrônicos, armas de fogo, documentos, aproximadamente R$ 106 mil em dinheiro vivo, 740 folhas de cheques, entre outros materiais considerados de interesse para as investigações.
Rede criminosa em Teixeiras
De acordo com o MPMG, um assessor parlamentar era responsável por intermediar o pagamento das propinas aos policiais envolvidos. As apurações também apontam a existência de uma rede de agiotagem e lavagem de capitais na comarca de Teixeiras, com a participação direta de três empresários do município. Juntos, eles movimentaram mais de R$ 30 milhões em cerca de cinco anos.
Para consolidar o esquema, há indícios de que o grupo praticou fraudes em licitações e firmou contratos fraudulentos com o município. O resultado foi a formação de uma espécie de “poder paralelo” na região, marcado pelo uso de violência, ameaças e pela apropriação do aparato estatal.
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