A Justiça Federal condenou a concessionária MRS Logística a implementar medidas de segurança em passagens de nível e trechos ferroviários urbanos nos municípios de Simão Pereira, Santana do Deserto e Matias Barbosa, na Zona da Mata. A sentença, da 2ª Vara Federal de Juiz de Fora, acolhe o pedido de adequação da segurança na operação ferroviária da concessionária.
A ação foi inicialmente proposta em 2009 pelo Ministério de Minas Gerais (MPMG) perante a Justiça Estadual. O inquérito civil que deu origem à ação visava investigar as condições de segurança na sinalização ferroviária implantada nas passagens de nível e a situação de insegurança ao longo da ferrovia em perímetros urbanos nos três municípios.
Por meio de nota, a empresa informou que se trata de decisão em primeira instância e que a empresa não se manifesta em casos judicializados.
Acidentes registrados nas ferrovias
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), registros indicam que acidentes se tornaram recorrentes, inclusive com a ocorrência de duas mortes, uma delas foi de uma criança de 11 anos, que morreu após sair de uma passarela adjacente a uma ponte ferroviária, sem guarda-corpo adequado e próxima aos trilhos.
Depois de constatar que havia interesse federal no caso em razão de uma estrutura que a concessionária tinha a intenção de demolir, o processo foi enviado para a Justiça Federal.
O MPF se manifestou a favor de que o caso fosse julgado, considerando que a ação civil pública discutia aspectos relacionados à segurança na prestação do serviço de transporte ferroviário, que é de competência federal.
Perícia e determinação da sentença
Uma perícia técnica realizada pela Central de Apoio Técnico do Ministério Público de Minas Gerais apontou falhas na sinalização ferroviária e falta de segurança em áreas urbanas, sugerindo ações como construção de barreiras, redução da velocidade dos trens, instalação de sonorizadores e passarelas para pedestres.
A sentença determinou que a MRS Logística, concessionária ferroviária, é responsável por garantir a segurança da operação e da infraestrutura, conforme a Lei de Concessões. A decisão ressalta que, ao gerar riscos à população, a empresa deve adotar medidas de segurança para proteger todos, não apenas os usuários diretos do serviço.
Leia também
Justiça recebe denúncia do MPMG contra grupo criminoso na Zona da Mata ‘Pela Ordem 2': presídio de MG é alvo de operação por corrupção Face Oculta: dois são presos em Juiz de Fora pela PCMG Operação Transformers: PCMG e PM prendem líder de facção em Juiz de Fora