Sete mulheres artistas visuais com experiências distintas, morando em diferentes estados e até fora do Brasil, unem-se em torno de um propósito maior: afirmar a potência criadora das mulheres artistas brasileiras. Neste mês de setembro, o coletivo Corpo Objeto apresenta, na Galeria de Arte do Forum da Cultura, a exposição homônima, que traz pesquisas sobre potencialidades, liberdades e direitos das mulheres.
A mostra ocorre de 23 de setembro a 10 de outubro, reunindo obras em fotografia, poesia, escultura e colagens. O objetivo é discutir as relações do corpo feminino na arte contemporânea e aproximar vivências coletivas das criações individuais.
Com foco em inclusão, a exposição conta com elementos táteis e em braile, além de vídeos com audiodescrição e tradução em Libras, acessados via QR Code.
Cada artista traz uma série própria de trabalhos:
- Taiane Carvalheiro – Neblina: fotografias de dimensões variadas, trazendo um registro fotográfico da sombra de corpos femininos contra a luz;
- Paula Ribeiro – Limiar/Linear: traz em seus desenhos representações, discursos e práticas ligadas ao poder político-social, pressões e padrões impostos ao corpo;
- Mariana Guieiro – Corpo: por meio de pinturas e esculturas, dá destaque aos corpos reais, impregnados das diversas situações que uma mulher pode vivenciar;
- Mozileide Neri – A Poesia do Corpo: reúne poesias escritas pela artista, retratando corpos periféricos e negros, que muitas vezes são vítimas de violência. A artista aborda também situações de feminicídio;
- Adriana Martins – Travessia: um livro-objeto, feito em técnica mista sobre papel. A ancestralidade, os caminhos, a transformação, o cuidado e o autocuidado feminino estão presentes no trabalho;
- Andressa Moreira – Sem Narrativas: a abordagem da identidade racial e a discussão sobre a valorização da cultura afro-brasileira, explora as vivências das pessoas negras no Brasil e utiliza referências históricas para criar narrativas visuais que ressaltam a resistência e resiliência das comunidades negras no Brasil;
- Rafaela Angeli – Re.tra.ta.ção: traz colagens sobre papel a partir de fotografias próprias em momentos distintos da vida.
O Coletivo
O Coletivo Corpo Objeto surgiu em 2024 a partir da afinidade entre artistas de diferentes regiões do Brasil e do exterior. Ele tem raízes em duas instituições: o Parque Lage, no Rio de Janeiro, e o Cefart – Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte.
Formado por artistas, produtoras e pesquisadoras, o grupo mescla instalação, performance, fotografia e outras linguagens visuais para valorizar a arte e dar visibilidade às potências e vulnerabilidades do corpo feminino. A proposta é transformar a arte em espaço de escuta, denúncia e expressão contra a violência sofrida por mulheres.
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