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Padres da Arquidiocese de Juiz de Fora participam de funeral do Papa Francisco

Sacerdotes agendaram a viagem há 1 ano para participar do Jubileu da Esperança e compareceram à homenagem ao Pontífice argentino, morto aos 88 anos

Os seis sacerdotes encontraram o Padre Emerson Braz (1º à direita), também da Arquidiocese, que está estudando no Vaticano

Quando planejaram a viagem de peregrinação ao Vaticano, seis padres da Arquidiocese de Juiz de Fora, nem imaginaram que seriam testemunhas de um momento histórico para a Igreja Católica: a morte de Papa Francisco, após 12 anos de pontificado.

Os padres Elton Adriane, Everaldo José Sales Borges, Kayo Cerqueira de Paiva, Liomar Rezende de Morais, Ivair Carolino e Gil Condé pretendiam se encontrar com os padres Wellington Guimarães da Silva, Fernando Augusto Martins da Silva e Emerson de Assis Braz, que estão estudando na Itália para cumprir a peregrinação do Ano Jubilar da Esperança. O roteiro que já incluía a passagem pela Porta Santa das quatro basílicas papais - São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros - se tornou uma vivência e experiência de fé ainda mais profunda.

Ouça a matéria de Joubertt Telles.

Primeira parada: funeral do Papa Francisco

O grupo chegou ao Vaticano na quarta-feira (23), dia em que iniciou o velório aberto no Altar da Confissão, na Basílica São Pedro. Por isso, os planos originais foram alterados e os sacerdotes ficaram quase 5h na fila para se despedir e homenagear o Pontífice, que morreu na segunda (21). Enquanto isso, orações com católicas da Itália, Argentina e Ucrânia.

“Rezamos o terço e, em cada mistério, a gente cantava um refrão de um canto brasileiro. Elas também rezaram e cantaram conosco. Visitamos a Basílica, passamos pela Porta Santa e participamos das exéquias do Papa Francisco com as pessoas que estavam lá rezando”, contou o Padre Everaldo José Sales Borges, Vigário Episcopal para Educação e Cultura e pároco da Paróquia São Pedro.

“Foi um momento de grande oração, de grande entrega, que foi finalizado com nossa entrada na Basílica de São Pedro e nossa oração diante do corpo do Santo Padre. Um momento de muita emoção que levaremos no coração”., comentou Padre Kayo Cerqueira de Paiva, pároco da Paróquia São Sebastião, em Santos Dumont (MG), e assessor da Pastoral Catequética Arquidiocesana.

O legado do Pontífice

O Padre Ivair Carolino, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Juiz de Fora, comentou sobre a força do exemplo do Papa Francisco. “Estou tendo a graça, juntamente com meus irmãos padres, de estar aqui em Roma, visitando as Portas Santas, fazendo essa experiência do Ano Jubilar. Não estava no nosso roteiro participar deste funeral, o qual nos levou a ver a realidade de um pastor. Passar perto do funeral de Francisco nos fez recordar toda a sua missão na Igreja, uma missão que foi, literalmente, o Evangelho posto em prática: o Evangelho da acolhida, da misericórdia, que se abre a todos, porque todos têm um lugar na casa do Pai, todos têm um lugar na Igreja”.

O Papa Francisco proclamou 2025 como Ano Santo do Jubileu da Esperança. Este é o ponto que destaca Padre Liomar Rezende de Morais, ecônomo da Arquidiocese, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no Granbery, e diretor do Instituto Padre João Emílio. “Trazemos no coração tantas e tantas pessoas que nos pedem, nos rogam oração, que estão conosco também, rezando por nós. Trazemos também o nosso desejo: quantos peregrinos já alcançamos neste Jubileu da Esperança, a renovação da nossa esperança, do nosso ministério, nosso oferecimento à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Em meio ao luto, emerge a força da fé, como analisou o Padre Elton Adriane, pároco da Paróquia São José, em Bicas (MG). “É um momento ímpar para nossa vida, porque nunca pensávamos naquilo que aconteceu. A gente vê essa grande mobilização de pessoas vindas de diversas partes do mundo para participar do funeral do Papa Francisco. Isso mostra a Igreja presente nos lugares mais longínquos e distantes, nas periferias do mundo, e o quão importante ainda é a palavra da Igreja para o mundo, a palavra do Papa, o quanto ele ainda é uma figura que atrai olhares, aguça ouvidos. É um momento ímpar, um momento singular, triste para nossa Igreja, a morte do nosso pontífice, mas ao mesmo tempo de alegria por perceber que ela está viva, pulsa e ainda alcança muitos corações e mentes em todo o mundo”.

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Joubertt Telles é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, em 2010, e possui curso de Processo de Comunicação e Comunicação Institucional pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha na Itatiaia Juiz de Fora desde 2016, como repórter e apresentação. Prêmio Sindicomércio de Jornalismo 2017, na categoria rádio. Prêmios do Instituto Cultura do Samba como destaque do jornalismo local, em 2016 e 2017. Já atuou na Rádio Globo Juiz de Fora, TVE e Diário Regional, além de ter desempenhado função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Juiz de Fora.