Ouvindo...

Participe do canal e receba as notícias do São Paulo no WhatsApp

Veja bastidores e próximos passos da acusação contra Bobadilla, do São Paulo

Miguel Navarro, do Talleres, acusa o atleta tricolor de ter proferido a frase xenofóbica ‘venezuelano morto de fome’

Bobadilla é acusado de cometer crime de xenofobia

O volante Damián Bobadilla, do São Paulo, é acusado por Miguel Navarro, do Talleres-ARG, de cometer crime de xenofobia. Sem prestar depoimento na Polícia após o ocorrido, o atleta deve ser convidado a falar em breve.

Miguel Navarro acusou o jogador Bobadilla de tê-lo ofendido com a frase “venezuelano morto de fome”. A Lei nº 7.716/1989 tipifica os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) adota uma interpretação mais ampla, considerando a xenofobia — o preconceito contra estrangeiros ou pessoas de outras nacionalidades — uma forma de racismo.

A pena prevista nesses casos é de reclusão de um a três anos, além de multa. Navarro prestou depoimento por cerca de meia hora na base da Polícia Militar no estádio do Morumbis e, em seguida, foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (JECrim) para registrar o boletim de ocorrência, na noite da última terça-feira (27).

O São Paulo ainda não se pronunciou oficialmente, alegando que aguarda notificação formal e mais esclarecimentos sobre o episódio. Bobadilla deixou o estádio rapidamente após o apito final da partida contra o Talleres. Outros jogadores do Tricolor também saíram com pressa, em razão da folga programada para esta quarta-feira (28), antes que Navarro prestasse depoimento às autoridades.

Policiais militares e civis chegaram a entrar no vestiário do São Paulo em busca de Bobadilla, mas ele já havia deixado o local. O presidente Julio Casares também esteve no vestiário. Segundo apuração da Itatiaia, a ação ocorreu de forma tranquila e sem qualquer confusão.

O que Bobadilla, do São Paulo, teria dito para Navarro?

De acordo com Miguel Navarro, Bobadilla teria proferido a frase “venezuelano morto de fome”. Ele também explicou o contexto de quando a confusão aconteceu, logo após o gol marcado por Luciano na reta final da vitória do São Paulo, pela Copa Libertadores, no Morumbis.

“Lamentável. Aconteceu quando Luciano estava dando uma volta ao campo, eu pensei ‘que loucura, precisamos jogar’. Bobadilla disse que estávamos ganhando tempo, eu pergunto ‘que tempo?’, se ganhavam. E ele me chama de venezuelano morto de fome”, explicou Navarro.

Leia também

Talleres se posiciona

“Nós do Club Atlético Talleres queremos expressar nossa mais firme condenação ao ato de xenofobia sofrido pelo nosso jogador Miguel Navarro. Nós nos solidarizamos profundamente com Miguel e sua família neste momento.

Como instituição, nos manifestamos contra qualquer forma de discriminação. Não há lugar para ódio no futebol. O futebol é uma ferramenta de integração, respeito e união entre culturas. Continuaremos trabalhando para que esses valores prevaleçam dentro e fora de campo.

Miguel, temos orgulho de você e de suas origens. Todos os Talleres apoiam você".

Rafael Oliva é formado em Jornalismo pela PUC-SP, pós-graduando em Marketing e Mídias Digitais pela FGV e produtor audiovisual. Passou por Lance! e Câmara Municipal de São Paulo. Já cobriu o dia a dia de Santos, Palmeiras e diversos eventos esportivos na cidade de São Paulo. Na Itatiaia, cobre Palmeiras, São Paulo e outros esportes na capital paulista.