Miguel Navarro, atleta do Talleres-ARG que acusa Damián Bobadilla de ato xenofóbico, revelou o que o volante do
De acordo com o jogador, Bobadilla teria proferido a frase “venezuelano morto de fome”. Ele também explicou o contexto de quando a confusão aconteceu, logo após o gol marcado por Luciano na reta final da
Acusado de xenofobia, Bobadilla deixa estádio do São Paulo sem prestar depoimento São Paulo: Sabino revela o que disse para jogador que acusou Bobadilla de xenofobia Goleiro do Talleres se revolta com suposto caso de xenofobia em jogo com São Paulo
“Lamentável. Aconteceu quando Luciano estava dando uma volta ao campo, eu pensei ‘que loucura, precisamos jogar’. Bobadilla disse que estávamos ganhando tempo, eu pergunto ‘que tempo?’, se ganhavam. E ele me chama de venezuelano morto de fome”, explicou Navarro.
Navarro também explicou porque não quis sair de campo. Ele chorou após o ocorrido e ameaçou abandonar a partida.
“Não tínhamos mais substituições e, pelo trabalho que meus companheiros estava fazendo, não quis sair de campo e deixá-los com um jogador a menos. Terminei a partida, mas, literalmente, minha cabeça não estava ali naquele momento. Agora já passou”, disse.
“O que quero é que se faça justiça, porque isso não pode continuar acontecendo. Lembro que no ano passado, quando viemos aqui, dois dos nossos jogadores foram levados pela polícia, e tudo virou um escândalo. Quando isso acontece com times brasileiros, quando recebem esse tipo de insulto, gera repercussão. Agora aconteceu comigo, pela primeira vez na vida, e é lamentável. É triste ter que falar disso, porque o que se espera após uma partida é comentar sobre o jogo, não sobre racismo ou acusações falsas”, continuou.
Segundo Navarro, o árbitro da partida alegou que não escutou a suposta frase de Bobadilla e, por isso, não interrompeu o jogo entre São Paulo e Talleres.
O jogador revelou que conversou com Ferraresi, atleta do Tricolor que também é venezuelano. Navarro ainda explicou que os jogadores do São Paulo foram empáticos.
“Ele (Ferraresi) perguntou como eu estava, como me sentia. Contei que realmente estava me sentindo muito mal, mas já passou. Prefiro guardar certas coisas, porque são privadas, mas ele me apoiou. Inclusive os jogadores do São Paulo também ficaram do meu lado — o zagueiro equatoriano, o Arboleda, também me apoiou, porque sabiam o que Bobadilla havia dito”.
“O comportamento dos jogadores do São Paulo depois do ocorrido foi de apoio total. Eles sabiam que esse tipo de coisa não pode acontecer. Estamos agora formalizando a denúncia junto à polícia”, concluiu.