O volante Bobadilla, do São Paulo, deixou o Morumbis logo após a
Navarro, assim que acabou a partida, falou com policiais militares na parte interna do Morumbis e, posteriormente, foi registrou boletim de ocorrência no Jecrim (Juizado Especial Criminal).
Como Bobadilla desceu para o vestiário e se retirou do estádio mais cedo do que os demais após a partida entre São Paulo e Talleres, o atleta paraguaio não teve qualquer contato com as autoridades presentes.
A Lei nº 7.716/1989 tipifica os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) adota uma interpretação mais ampla, incluindo a xenofobia — o preconceito contra estrangeiros ou pessoas de outras nacionalidades — como uma forma de racismo. Para a Corte, essa discriminação também envolve aspectos étnicos, raciais e nacionais, o que justifica sua equiparação ao crime de racismo.
Entenda o caso
O lateral-esquerdo Miguel Navarro, do Talleres, acusou o volante Bobadilla, do São Paulo, de xenofobia. O atleta venezuelano da equipe argentina prestou depoimento à Polícia logo após a partida disputada do Morumbis, nesta terça-feira (27), pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
Na reta final da partida, logo após o gol marcado por Luciano, Bobadilla e Navarro se desentenderam em campo. O jogador do Talleres chegou a chorar e precisou ser consolado por seus companheiros.
Após o confronto, ainda no gramado Navarro concedeu entrevista à ESPN. “Não quero falar sobre isso, só quero ir para casa. Ele sabe o que disse”, comentou.
Depois de prestar depoimento, Navarro escreveu uma mensagem no Instagram. “Quisera eu ter em minhas mãos a solução da fome que vive o meu país. Espero que Deus me dê em abundança para ajudar. Não acredito que se possa fazer muito contra a pobreza. Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi no Brasil nas mãos de Damián Bobadilla, no futebol não há espaço para os discursos de ódio”.