A fábrica de talentos do
Estêvão chegou ao Cruzeiro quando tinha 9 anos, após o pai do atleta, Ivo Gonçalves, chegar à Toca da Raposa com um DVD dele em mãos.
O atacante foi aceito pelo clube, passou pelo futsal e futebol de campo. Cresceu sob expectativa pela extrema habilidade com a perna esquerda e ganhou a alcunha que faz referência ao argentino Lionel Messi, eleito melhor jogador do mundo oito vezes.
Aos dez anos, Estêvão assinou um contrato esportivo com a Nike.
Na medida em que crescia a expectativa sobre seu futebol, no entanto, o garoto foi atingido indiretamente por um escândalo.
Envolvido em polêmica
Em 2019, reportagem da TV Globo revelou que o Cruzeiro cedeu para empresários percentuais dos direitos econômicos de Estêvão, mesmo sem existir um contrato profissional, uma vez que ele tinha 12 anos. À época, houve ainda duas denúncias de negociações suspeitas feitas pelo então vice-presidente de futebol do clube, Itair Machado, e pelo presidente Wagner Pires de Sá.
O pai de Estêvão, Ivo Gonçalves, também estaria envolvido em uma das negociações, recebendo um percentual dos direitos do então postulante a jogador.
Essa prática fere as políticas da Fifa e é proibida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Essas e outras possíveis irregularidades da base do Cruzeiro passaram a ser investigadas pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Em seguida, um processo iniciou tramitação na 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em novembro de 2020.
Saída para o Palmeiras
Em 24 abril de 2021, Estêvão completou 14 anos e poderia assinar o primeiro contrato com vínculo não profissional. Foi quando a família e seus representantes decidiram levá-lo para o Palmeiras, colocando fim na passagem pela Toca da Raposa, iniciada em 2017.
A saída de Estêvão fez o Cruzeiro emitir nota oficial, lamentando o episódio e afirmando que a mudança foi “guiada de maneira bastante questionável pelo seu staff, que faltou com respeito e profissionalismo para com a instituição, dando um mau exemplo para o próprio garoto”.
A diretoria ainda acusou o Palmeiras de aliciamento, mas o clube alviverde rebateu e afirmou que a promessa estava livre no mercado e que agiu dentro dos princípios de ética e jurídicos.
Lapidando a joia
No Palmeiras, Estêvão deixou as polêmicas para trás e passou a se destacar no que sabe fazer melhor, que é estar dentro de campo jogando futebol.
Cresceu fisicamente e tecnicamente. Aos 16 anos, assinou o primeiro vínculo profissional até abril de 2026 com uma multa rescisória estipulada em 45 milhões de euros, cerca de R$ 245 milhões.
Desde então, é cercado por interesses de gigantes clubes da Europa, como Chelsea e PSG, e tem a carreira acompanha de perto pelo imprensa, em especial a espanhola.
Estêvão ao lado presidente Leila Pereira assina primeiro contrato profissional
A estrela brilhou
Estêvão é considerado um dos destaques da geração de R$ 1 bilhão, que tem os também atacantes Endrick e Luis Guilherme. Ele, no entanto, é o mais jovem dos três.
No ano passado, virou o terceiro atleta mais jovem a fazer um jogo pelo Palmeiras ao, curiosamente, entrar em campo no empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, a sua primeira equipe. Na ocasião, tinha com 16 anos, sete meses e 12 dias.
Nesta temporada, disputou seis partidas sob o comando do técnico Abel Ferreira. A última delas foi a estreia como titular, logo em um confronto de Copa Libertadores.
Estêvão não se acanhou. Diante de 28 mil pessoas, aos 16 anos, 11 meses e 18 dias, fez história com o gol marcado na vitória sobre o Liverpool-URU, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.
Agora, ele
“Quando o Abel falou que eu começaria jogando, dei graças a Deus. Só Ele sabe o quanto lutei para estar aqui. Agradeço a Deus pela oportunidade e hoje agradeço também ao Palmeiras pela oportunidade. Feliz pelo gol e por ter contribuído com a equipe para a vitória. Fico muito feliz. Tenho que agradecer essa torcida maravilhosa. Desde o início apoiaram a gente e foram fundamental para a vitória chegar. Se Deus quiser tem muito mais”, disse