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América pede reconsideração da suspensão de Miguelito em caso de injúria racial

Coelho se baseou em laudo pericial e apresentou documento ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD); julgamento será na próxima semana

Miguelito durante treinamento do América

O América fez pedido de reconsideração da suspensão do meia Miguelito junto ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A entidade afastou o jogador boliviano de forma temporária em meio à denúncia de injúria racial durante partida da Série B do Campeonato Brasileiro.

O caso aconteceu durante duelo do Coelho com o Operário-PR, em Ponta Grossa, pela 6ª rodada da competição. Ainda no primeiro tempo, Allano, atacante do Fantasma, acusou Miguelito de injúria racial.

Conforme apuração da Itatiaia, o departamento jurídico do América pediu um laudo pericial, por meio de leitura labial dos envolvidos, para sustentar a defesa. O material coletado teria indicado que Jacy, capitão do Operário-PR e testemunha ouvida pela polícia, disse em campo que não ouviu o que foi dito por Miguelito.

O pedido de reconsideração da suspensão do jogador será apreciado por Luis Otávio Veríssimo, presidente do STJD. Isso não deve mudar o agendamento do julgamento de Miguelito para a próxima semana, mas tende a ser usado como argumento da defesa do Coelho.

Relembre o caso

Miguelito foi preso em flagrante na noite de domingo (4), após ser acusado de cometer injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante partida válida pela 6ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O caso aconteceu no estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, no Paraná, e provocou a paralisação do jogo por cerca de 15 minutos.

Em súmula, o árbitro do jogo, Alisson Sidnei Furtado, detalhou o episódio. Segundo ele, Allano o abordou aos 30 minutos do primeiro tempo, afirmando que foi chamado por Miguelito de “preto cagão”.

“Após a comunicação do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisação do jogo, realização do gestual antirracista e o anúncio feito no estádio, explicando o motivo da paralisação do jogo e que se o incidente não cessasse, a partida seria interrompida”, completou o árbitro no registro da súmula.

A partida foi retomada após cerca de 15 minutos de paralisação, sem punição em campo. Depois do duelo, entretanto, os envolvidos compareceram à delegacia, onde foi dada voz de prisão em flagrante a Miguelito.

O meia do América foi solto nessa segunda-feira (5), após audiência de custódia realizada no Fórum de Ponta Grossa, e voltou para Belo Horizonte.

A Polícia Civil segue investigando o caso e está em contato com os canais de transmissão da partida para tentar obter imagens adicionais, possivelmente captadas por outros ângulos, que possam contribuir com o inquérito.

Além da suspensão preventiva por parte do STJD, Miguelito foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná pelo crime de injúria racial.

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Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.
Fabrício Calazans se formou em jornalismo no UniBH. Ingressou na Itatiaia como estagiário em 2010 e passou por edição, reportagem, produção e apresentação. No “ar”, iniciou cobrindo a Copa Itatiaia. Foi também setorista da Federação Mineira de Futebol, apresentador do Apito Final e plantão nas Jornadas Esportivas. Atualmente faz a cobertura do América. Tem no currículo participações em eventos nacionais e internacionais de futebol e esportes olímpicos.