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Miguelito, do América, será julgado na próxima semana em caso de injúria racial

Presidente do Coelho, Alencar da Silveira Jr. reforçou confiança no depoimento do jogador e citou versões ‘duvidosas’ do caso apresentadas à Polícia Civil

Miguelito, meia do América

O meia Miguelito, do América, será julgado na próxima semana no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no caso em que é acusado de injúria racial. O jogador boliviano foi denunciado por Allano, do Operário-PR, por insultos raciais durante partida entre as equipes no domingo (4), em Ponta Grossa, no Paraná, pela Série B do Campeonato Brasileiro.

À Itatiaia, o presidente do Coelho, Alencar da Silveira Jr., explicou que a sessão não poderia acontecer nos próximos dias por não haver tempo hábil. O clube segue oferecendo todo apoio jurídico ao meia boliviano, que foi suspenso preventivamente pelo STJD. Em meio ao caso, Miguelito segue rotina de treinamentos no CT Lanna Drumond.

Alencar reforçou confiança na “idoneidade” do jogador e acredita que ele será inocentado. O presidente americano citou o “bom histórico” de Miguelito fora de campo e também colocou em dúvida a denúncia de Allano, por conta de diferentes versões apresentadas em depoimento. O mandatário citou, ainda, uma “acusação infundada” feita pelo jogador do Operário-PR em outra denúncia, feita em 2022, quando ele atuava em Portugal.

À época, Allano era atleta do Santa Clara e denunciou torcedores do Boa Vista por injúria racial em partida do Campeonato Português. Um processo disciplinar foi aberto, mas meses depois, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol julgou a acusação como “improcedente”.

Relembre o caso

Miguelito foi preso em flagrante na noite de domingo após ser acusado de cometer injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante partida válida pela 6ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O caso aconteceu no estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, no Paraná, e provocou a paralisação do jogo por cerca de 15 minutos.

Em súmula, o árbitro do jogo, Alisson Sidnei Furtado, detalhou o episódio. Segundo ele, Allano o abordou aos 30 minutos do primeiro tempo, afirmando que foi chamado por Miguelito de “preto cagão”.

“Após a comunicação do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisação do jogo, realização do gestual antirracista e o anúncio feito no estádio, explicando o motivo da paralisação do jogo e que se o incidente não cessasse, a partida seria interrompida”, completou o árbitro no registro da súmula.

A partida foi retomada após cerca de 15 minutos de paralisação, sem punição em campo. Depois do duelo, entretanto, os envolvidos compareceram à delegacia, onde foi dada voz de prisão em flagrante a Miguelito.

O meia do América foi solto nessa segunda-feira (5), após audiência de custódia realizada no Fórum de Ponta Grossa, e voltou para Belo Horizonte.

A Polícia Civil segue investigando o caso e está em contato com os canais de transmissão da partida para tentar obter imagens adicionais, possivelmente captadas por outros ângulos, que possam contribuir com o inquérito.

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Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.