O meia Miguelito, do
Segundo relato do atacante do Fantasma, Miguelito teria proferido a expressão ‘preto do c***' após uma disputa de bola, por volta dos 30 minutos do primeiro tempo. O volante Jacy, capitão do Operário, também teria ouvido a ofensa e confirmou o ocorrido em depoimento.
Mesmo sem registro audiovisual da fala, já que o atleta estava de costas para as câmeras, os testemunhos foram considerados suficientes para configurar o flagrante. Conforme apuração da Itatiaia, Miguelito alega ter dito ‘mer** do c***'.
Ainda segundo a reportagem, o América está prestando apoio jurídico ao jogador, que está acompanhado do supervisor do clube, Daniel Negrão, e o presidente do América SAF, Dower Araújo. Ainda nesta segunda-feira (5), Miguelito deve passar por audiência de custódia virtual, já que o crime não permite pagamento de fiança.
Nos bastidores, o América alega haver inconsistência nos relatos. De acordo com o clube, Allano teria mencionado uma frase diferente no campo, outra na delegacia, e Jacy teria relatado uma terceira versão do ocorrido. Para o clube mineiro, a existência de três versões distintas e a ausência de imagens enfraquecem a acusação.
Jogadores levados à delegacia
Ao fim da partida, Miguelito, Allano e Jacy foram levados à 13ª Subdivisão Policial, onde prestaram depoimento. Miguelito teve a prisão confirmada por injúria racial e passou a noite detido. A pena prevista para esse tipo de crime pode chegar a cinco anos de reclusão.
A Polícia Civil segue investigando o caso e está em contato com os canais de transmissão da partida para tentar obter imagens adicionais, possivelmente captadas por outros ângulos, que possam contribuir com o inquérito. No momento, o atleta do Coelho já deixou a delegacia e foi levado para o Fórum de Ponta Grossa.
O restante da delegação do América já deixou o Paraná rumo a Belo Horizonte.
Entenda o caso
A partida entre
Tudo começou após uma disputa de bola no meio-campo. O atacante Allano, do Fantasma, acusou o meia boliviano Miguelito, do Coelho, de ofensas raciais. Uma confusão se formou em campo, e com os ânimos mais calmos, o árbitro Alisson Sidnei Furtado fez o gesto com braços cruzados, indicando o protocolo de racismo da CBF.
O jogo foi retomado após quase 15 minutos de paralisação. Em campo, tanto Allano como Miguelito seguiram no duelo. Não houve acionamento do VAR para analisar as acusações contra o meia americano.
Houve outra confusão antes do reinício do duelo, mas no banco de reservas do América. O zagueiro Pedro Barcelos denunciou que um torcedor do Operário-PR, que estava na arquibancada logo atrás dos suplentes do Coelho, jogou um copo e cuspiu em um membro da comissão técnica americana. A Polícia Militar identificou o suspeito e o retirou do local.