O árbitro Alisson Sidnei Furtado-TO relatou em súmula a acusação de injúria racial feita pelo atacante Allano, do
Segundo relato do árbitro, Allano o abordou aos 30 minutos do primeiro tempo, afirmando que foi chamado por Miguelito de “preto cagão”. Alisson Sidnei Furtado frisou, ainda, que “nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente”.
“Após a comunicação do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisação do jogo, realização do gestual antirracista e o anúncio feito no estádio, explicando o motivo da paralisação do jogo e que se o incidente não cessasse, a partida seria interrompida”, completou o árbitro no registro da súmula.
A Polícia Civil segue investigando o caso e está em contato com os canais de transmissão da partida para tentar obter imagens adicionais, possivelmente captadas por outros ângulos, que possam contribuir com o inquérito. O atleta do Coelho já deixou a delegacia e foi levado para o Fórum de Ponta Grossa.
Ainda nesta segunda-feira (5), Miguelito deve passar por audiência de custódia virtual, já que o crime não permite pagamento de fiança. O restante da delegação do América retornou a Belo Horizonte.
Outra confusão, mas no banco do América
Em meio à paralisação do jogo, o zagueiro Pedro Barcelos, do Coelho, afirmou que um torcedor do Operário-PR, que estava nas arquibancadas logo atrás, teria cometido o mesmo crime.
A Polícia Militar foi acionada, e com ajuda dos próprios jogadores do América, o torcedor foi identificado e retirado da arquibancada. Esse incidente também foi descrito em súmula.
Leia o relato na íntegra da súmula do jogo
“Relato que, aos 30min do primeiro tempo, o atleta número 29 da equipe mandante, Sr. Allano Brendon de Souza Lima, veio até minha direção, alegando ter sido chamado de ‘preto cagão’ pelo atleta Miguel Ángel Terceros Acuña, numero 07 da equipe visitante. Informo que nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente. Após a comunicação do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisação do jogo, realização do gestual antirracista e o anúncio feito no estádio, explicando o motivo da paralisação do jogo e que se o incidente não cessasse, a partida seria interrompida”.
“Em tempo, informo que, enquanto os suplentes de ambas as equipes retornavam aos seus respectivos bancos de reservas, o atleta número 04 da equipe visitante, Sr. Pedro Henrique Barcelos da Silva, noticiou que membro da comissão técnica de sua equipe foi atingido por líquido não identificado e cusparada vinda de um torcedor que se localizava no local destinado aos torcedores da equipe mandante. Devido à alegação dos jogadores suplentes da equipe visitante de falta de segurança para o retorno ao banco de reservas, foi aguardado a chegada da Polícia Militar, a qual identificou o infrator e o retirou das imediações. Após a retirada, os atletas retornaram ao banco de suplentes. Até o término da presente súmula, não foi apresentado nenhum boletim de ocorrência a equipe de arbitragem”.