A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) apresentou nova proposta de repasse de arrecadações aos clubes em eventual criação de uma liga do esporte no país. Conforme o documento desta terça-feira (21), foram sugeridos um período de transição e panoramas específicos que diferenciam a arrecadação de cada clube dentro da liga.
Do outro lado da discussão, está a Liga Forte Futebol do Brasil (LFF). Esse grupo, formado por outros clubes brasileiros, também tem proposta para formas de dividir o dinheiro entre as equipes, com objetivo de aproximar os maiores e menores repasses, com base em organizações como a Premier League, na Inglaterra.
Com dois blocos distintos, a Itatiaia apresenta proposições de cada composição em uma eventual criação de liga única para reger o Campeonato Brasileiro. Vale lembrar, ainda, que nenhuma mudança de contrato pode ser aplicada até 2024, quando vence o atual vínculo com a TV Globo. Assim, novas regras seriam executadas a partir de 2025.
Liga do Futebol Brasileiro (Libra)
A Libra atualmente é composta por 18 clubes: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
A proposta do grupo conta com uma regra de transição, protege Flamengo e Corinthians e prevê receita para os clubes rebaixados - algo que não existe no cenário atual. Nesse sentido, o período de transição sugere três blocos de repasse:
40% da arrecadação dividia igualmente;
30% conforme a performance da equipe;
30% baseado em audiência.
Passada a transição, uma nova divisão de repasses seria estabelecida da seguinte forma:
45% da arrecadação dividia igualmente;
30% conforme a performance da equipe;
25% baseado em audiência.
Além disso, a Libra defende que a maior proporção entre o time que mais recebe e o time que menos recebe seja de 3,34x. Na simulação, o Flamengo (1º faturamento) faturaria R$ 398,2 milhões, enquanto o Cuiabá (20º faturamento) receberia R$ 119,1 milhões – correspondente à proposição de 3,34x.
Nesse modelo, só o Flamengo receberia quase o valor correspondente a Atlético e Cruzeiro, juntos. O Galo seria o 9º em arrecadação (R$ 215,3 milhões); a Raposa seria 11ª (R$ 198,3 milhões); e o América entraria em 15º (154,8 milhões)
Liga Forte Futebol do Brasil (LFF)
Do outro lado da mesa, estão 26 clubes formando a LFF: ABC, Athletico-PR, Atlético, América, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
Esse bloco propõe que a diferença máxima entre o clube que mais recebe e o que menos recebe seja de 3,5x desde o princípio, sem um período de transição. No modelo final, essa diferença seria de 1,4x. Os blocos de repasse seriam os mesmos da Libra:
45% da arrecadação dividia igualmente;
30% conforme a performance da equipe;
25% baseado em audiência.
Na simulação de divisões da LFF, o Flamengo (1º faturamento) faturaria R$ 225,46 milhões, enquanto o América (20º faturamento) receberia R$ 116,03 milhões – considerando os times da Série A – o que corresponde a 1,4x menos.
A longo prazo, a ideia da LFF é se aproximar de ligas já estabelecidas e mais igualitárias, sempre citando a Premier League. Isso porque o futebol inglês, desde a unificação em uma liga no começo dos anos 1990, trabalha com menor distanciamento entre as arrecadações – a proporção atual está em 1,5x.
Nesse formato, o Atlético é 6º em arrecadação (R$ 217,43 milhões); o Cruzeiro é 8º (R$214,2 milhões); e o América é 20º (R$ 116,03 milhões).