“Incentivar pessoas de qualquer idade que sempre há tempo de estudar e aprender”, esse é um dos objetivos de Cleones Silveira com sua conta no Instagram. Nela, ele compartilha vários momentos, desde a mudança para o Paraguai, as horas de estudo e até momento de descontração com colegas de turma.
Em entrevista à Itatiaia, o estudante conta que sua trajetória de vida nunca foi fácil. Trabalhando desde os 8 anos de idade, Cleones já foi balconista, vendedor de jornal, vendedor ambulante até descobrir que era um excelente cabeleireiro, profissão que foi sustento da família por mais de 40 anos. “A escolha da Medicina não foi feita por um sonho de infância. Eu tive uma infância muito difícil, não dava para sonhar o impossível como isso”, relata.
Foi a família que incentivou Cleones a voltar aos estudos. Aos 64 anos, ele fez o Enade, depois o Enem e em 2024, com 67 anos, ele passou em medicina na Universidad Central Del Paraguay.
A escolha do curso, no entanto, assim como qualquer vestibulando, não foi tarefa fácil. Cleones começou a cursar marketing, mas não se identificou com a graduação e parou os estudos, mas a família mais uma vez o incentivou a continuar. “Eu disse para elas que só voltaria se fosse pra medicina, para ser médico, porque eu gosto de cuidar das pessoas e eu sempre cuidei da família.”, conta o estudante.
Viralizando
Cleones criou a conta no Instagram em junho deste ano e publica
“Não consigo responder todas as pessoas que me mandam mensagens, então minha esposa me ajuda a selecionar as pessoas que eu não posso deixar de responder”, conta Cleones.
Cleones no trote da atlética da faculdade
Desde o início, explicou para os filhos que queria usar a internet para incentivar as pessoas mais velhas. “Eu falei com eles: olha eu eu faço, mas o propósito nosso tem que ser mesmo de atrair pessoas que estão paradas [...] Nós queremos puxar essas pessoas para elas ainda produzirem, às vezes é uma pessoa que ainda pode construir uma carreira brilhante. A
Desafios
Começar uma faculdade já é uma enorme mudança na vida de qualquer pessoas, e no caso de Cleones, por ter mudado de páis, o “choque de cultura” e a distância da família são desafios, mas não o impedem de continuar os estudos em busca de realizar o sonho da graduação.
Mesmo sendo de uma geração diferente da dos colegas de sala, Cleones conta que ele foi muito acolhido pela turma que sempre o ajuda quando o assunto é tecnologia e o incluem nos trabalhos de equipe .
O estudante relata que desistir não é uma opção, “Eu estou aqui hoje porque eu não desisti de mim, não desisti de ser alguém, de fazer a diferença na minha
*Estagiária sob supervisão de Luiza Rocha