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Brumadinho: comunidades de matriz africana serão incluídas na transferência de renda

Rituais de raizeiras, benzedeiras, umbanda, candombé e congado foram afetados pelo rompimento da barragem da Vale

Povos Tradicionais de Matriz Africana

Povos Tradicionais de Matriz Africana serão incluídos no Programa de Transferência de Renda de Brumadinho, por recomendação da Fundação Getúlio Vargas, a partir do estudo realizado pelo Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira, liderado pelo Professor Aderval Costa Filho, do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O levantamento mostrou que Unidades Territoriais Tradicionais como terreiros de umbanda, candomblé, benzedeiras, raizeiras, reinados e guardas de congado que utilizavam o Rio Paraopeba para os rituais foram afetados pelo rompimento.

Ao todo, foram mapeadas unidades331 unidades, 304 foram validadas para inclusão no Plano de Transferência de Renda: 147 unifamiliares, com direito a um benefício mensal cada; 157 multifamiliares, com dois benefícios cada. Os pagamentos serão retroativos a novembro de 2021, com repasse parcelado, conforme a regra de pagamento de retroativos.

A Fundação Getúlio Vargas irá apresentar um cronograma de cadastramento dos povos das comunidades tradicionais.

Transferência de Renda

Em 2021, o acordo judicial estabeleceu o Programa de Transferência de Renda para o qual foram destinados R$ 4,4 bilhões e duração prevista de quatro anos. Por exemplo, em junho, foram pagos R$ 103,3 milhões em benefícios. O trabalho já atendeu mais de 162 mil beneficiários. Até o momento, já foram pagos cerca de R$ 4,32 bilhões aos atingidos pelo rompimento.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.