Em um evento marcado por frases como “o voto tem consequência” e declarações contra candidatos do campo ideológico da direita, partidos e movimentos sociais entregaram, nesta quinta-feira (26), ao atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), um manifesto com 532 assinaturas em apoio à sua reeleição. Participaram do ato autoridades, deputados estaduais, vereadores e candidatos de diversos partidos, além do Partido Social Democrático, atual legenda de Fuad.
Também estiveram presentes no evento representantes do PT e do PSOL, partidos de Rogério Correia e Bella Gonçalves, candidatos a prefeito e vice, respectivamente, à PBH e que concorrem com Fuad; PV e Rede, partidos que estão, formalmente, na coligação “BH da Esperança”, encabeçada por Rogério e Bella; do PDT, atual partido da candidata Duda Salabert; Cidadania, Solidariedade, PSB, que tem Paulo Brant como vice da chapa encabeçada por Gabriel Azevedo (MDB), entre outros.
Nos discursos, os apoiadores mencionaram o voto útil em Fuad para evitar um segundo turno com dois candidatos da direita.
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De acordo com pessoas ligadas ao atual prefeito, a presença de Fuad no evento era incerta, uma vez que o candidato à reeleição participava de outra agenda de campanha pela manhã. Ele chegou ao local, no entanto, acompanhado de seu vice, Álvaro Damião (União Brasil), e do presidente do PSD em Minas Gerais, o deputado estadual Cássio Soares. Em discurso, Fuad citou a relação próxima que tem com o presidente Lula e ressaltou a importância de BH eleger um prefeito com boa relação em Brasília.
À imprensa, Fuad disse que recebeu com alegria o que chamou de “movimento espontâneo” dos novos apoiadores. “É um movimento espontâneo da sociedade, nós não trabalhamos por ele, mas recebemos com muito prazer, porque em uma eleição ninguém fica sozinho, ninguém vai sozinho na luta. Eu fiquei muito feliz, emocionado até, porque eu acho que nós temos muito a contribuir com Belo Horizonte”, disse.
Fuad ainda ressaltou que, apesar de receber com satisfação o apoio de partidos e movimentos da esquerda, se considera um candidato de centro. “Teoricamente, eu sou de centro, mas eu tenho sensibilidade para os problemas da demanda da esquerda e dos problemas da demanda da direita, porque nós não podemos abandonar metade da população. Então, eu defendo o Belo Horizonte acima de qualquer coisa”.
Perguntado se buscará o apoio de Duda e Rogério, o prefeito disse que primeiro pensa em chegar ao segundo turno. “Se eu for, eu vou procurar todos os partidos que não estarão do outro lado para nos apoiar. Porque esse é o trabalho que a gente faz no segundo turno. E aqueles partidos que quiserem vir formalmente, ótimo. E, se não, nós vamos pegar a militância, porque o que vale é o boca a boca, o que vale é o trabalho de cada um”.
‘Voto responsável’ e ‘movimento de humidade’
Entre os apoiadores que discursaram em favor de Fuad no evento, o deputado estadual Professor Cleiton (PV) ressaltou a importância da união do campo progressista contra a chegada do que chamou de ‘extrema direita’ ao segundo turno. Em sua fala, o parlamentar chegou a clamar por um ‘movimento de humildade’ das outras candidaturas de esquerda em prol do atual prefeito. Em entrevista, o deputado citou a necessidade de se formar uma frente contra Tramonte e Engler.
“Nós temos uma opção ‘zemista’ (Tramonte) de um lado e uma opção bolsonarista (Engler) do outro, que é o que pode acontecer. Então não é nem questão do voto útil, é questão de um voto responsável e um voto em quem esteve ao lado do campo progressista”.
À Itatiaia, a deputada estadual Lohanna França (PV) também citou o chamado voto responsável. “A gente entende que existem candidaturas muito legítimas, que a gente respeita muito, que são do nosso campo, e de pessoas que eu respeito imensamente. Mas que a gente entende que o momento histórico que nós vivemos nos impõe algum nível de responsabilidade, ainda mais entendendo o peso de Minas Gerais e da capital do nosso estado nas eleições nacionais em 2026”.