Eleitores do Rio de Janeiro relatam dificuldade em chegar às zonas eleitorais devido a operações policias

O prefeito do Rio de Janeiro disse que as operações já foram interrompidas e pediu que os eleitores se dirigissem às zonas eleitorais

A Ponte Niterói e a Avenida Brasil foram as principais vias que registraram forte engarrafamento

Milhares de eleitores do Rio de Janeiro relatam dificuldade para chegar às zonas eleitorais por conta dos engarrafamentos gerados por ações policiais nas vias expressas do estado. Nas redes sociais, eleitores publicaram vídeos de uma operação conjunta do Exército e da Polícia Rodoviária Federal na Ponte Niterói, que causou congestionamento de 28 minutos, mais que o dobro do tempo normal do trajeto.

Há, também, relatos de blitz da Polícia Militar na Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da capital fluminense. Moradora do Recreio, na zona oeste da cidade, a assessora de imprensa Bruna Lima, de 30 anos, saiu de casa de manhã para votar e às 15h ainda estava tentando chegar à zona eleitoral.

“Eu saio de casa às 11h, eu moro na zona oeste do Rio de Janeiro, bairro do Recreio, e voto na Pavuna, que é na zona norte. Normalmente, no domingo, eu faria esse trajeto em 40 minutos, agora já são 15h e eu ainda não consegui chegar devido ao congestionamento. As vias estão totalmente paradas, as ruas muito paradas, a gente vê polícia, muita polícia na rua, caveirão, dificultando realmente o acesso aos lugares. Espero que eu consiga chegar e conseguir votar”, relata.

Eleitores também se queixam que a gratuidade dos ônibus, uma determinação da prefeitura, não está sendo respeitada em alguns bairros da cidade. Em São Gonçalo, na região metropolitana do estado, o Ministério Público Eleitoral instaurou apuração sobre a eventual falta de ônibus nas ruas da cidade.

De acordo com o centro de operações da prefeitura do Rio de Janeiro, por volta de 12h, a cidade registrou 215 km de engarrafamento, 74 km a mais que no dia 2 de outubro e 2587% a mais que a média nos últimos três domingos, no mesmo horário.

Pronunciamento das autoridades

Às 15h o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, publicou na sua conta do Twitter que as operações na Avenida Brasil foram interrompidas e pediu para que eleitores continuassem se dirigindo aos seus locais de votação.

“Os eleitores do Rio podem ir votar com toda tranquilidade. Não há mais qq ação da PM na Avenida Brasil e o ônibus que pegou fogo já foi retirado da via. Temos ainda duas horas para cumprir nosso dever cívico e defender a democracia em nosso país. Estou monitorando tudo e atento!”

Em coletiva de imprensa, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, afirmou que as operações feitas pela PRF não impediram os eleitores de votar e foram feitas dentro da lei. Entretanto, ele determinou que todas as operações fossem cessadas.

“O prejuízo que causou aos eleitores foi o atraso, durante aquela inspeção, mas volto a dizer, nenhum ônibus voltou para a origem, não houve prejuízo sobre o direito de voto. Não haverá nenhum adiamento do término da votação. Ela termina às 17h, como programado. Não há necessidade de superlativar essa questão. Foram casos em que nenhum eleitor voltou para sua casa. Inspeções que duravam de 15 a 20 minutos, no máximo”, afirmou Moraes.

Mais cedo, Moraes i ntimou o diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, a esclarecer as razões pelas quais estão sendo realizadas operações policiais relacionadas ao transporte público de eleitores.

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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.

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