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PSDB minimiza debandada de prefeitos após apoio de lideranças à campanha de Lula

Presidente da AMM, Marcos Vinicius Bizarro capitaneou desfiliação de prefeitos por divergência política

Quatro prefeitos do PSDB pediram desfiliação do partido após divergência com postura de vice-governador

O PSDB minimizou a desfiliação da legenda de quatro prefeitos do interior de Minas Gerais depois que o vice-governador Paulo Brant e outras lideranças nacionais do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador de São Paulo, José Serra, declararam voto em Lula (PT) no segundo turno das eleições, que será disputada em 30 de outubro.

A desfiliação foi capitaneada pelo prefeito de Coronel Fabriciano e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinicius da Silva Bizarro, que apoia a candidatura de Jair Bolsonaro (PL). Além dele, o prefeito de Governador Valadares, André Merlo, de Ouro Branco, Hélio Campos e Itaguara, Donizete Chumbinho, encamparam o movimento e deixaram a sigla.

Em nota, o presidente estadual do PSDB, Paulo Abi-Ackel, minimizou as perdas e criticou a postura dos prefeitos. Segundo ele, a executiva nacional do partido decidiu liberar os filiados para apoiarem quem quiserem neste segundo turno.

“O que jamais faltará ao PSDB é o respeito às opiniões, por mais antagônicas que sejam, respeito às minorias e respeito ao direito de manifestação, princípios fundamentais da democracia”, afirmou o deputado federal, que criticou os quatro desfiliados.

“No PSDB não há mesmo lugar para aqueles que querem ou queiram impor seus pontos de vista sem respeito aos pensamentos divergentes que porventura existam”, completou.

A perda de lideranças do PSDB é um fenômeno que vem ocorrendo nos últimos anos, à medida em que o partido perde relevância numérica, seja nas prefeituras ou no Congresso Nacional. Nas eleições de 2022, os tucanos conseguiram eleger apenas dois deputados federais por Minas Gerais: Abi-Ackel e o ex-governador e ex-senador Aécio Neves, Em 2018, foram cinco. Para a Assembleia de Minas, a bancada tucana caiu de sete eleitos quatro anos atrás para apenas um parlamentar eleito neste ano: o deputado Leonídio Bouças.

“O PSDB é um partido vital para a democracia brasileira, seja pela intransigente defesa do centro democrático como melhor alternativa para a estabilidade política, econômica e institucional no Brasil, seja porque se opõe à polarização radical que faz mal ao país e ao povo brasileiro”, defende Abi-Ackel, que minimizou o encolhimento da legenda.

“Exatamente por isso, sua importância jamais será medida pelo número de deputados ou prefeitos que eventualmente estejam em seus quadros e será avaliada pela contribuição que já prestou ao país e que prestará em novos ciclos da vida política brasileira”, completou.

Confira a nota, na íntegra

O PSDB por decisão de sua executiva nacional optou por liberar seus membros para tomarem, com liberdade democrática, a posição política que considerarem mais conveniente na eleição para a presidência da república, no segundo turno.

Pessoalmente, tive posição contrária à decisão do partido em não lançar candidatura própria à Presidência da República, fato do qual deriva a liberação de seus membros no pleito que se realizará no próximo dia 30/10.

O PSDB é um partido vital para a democracia brasileira, seja pela intransigente defesa do centro democrático como melhor alternativa para a estabilidade política, econômica e institucional no Brasil, seja porque se opõe à polarização radical que faz mal ao país e ao povo brasileiro.

Exatamente por isso, sua importância jamais será medida pelo número de deputados ou prefeitos que eventualmente estejam em seus quadros e será avaliada pela contribuição que já prestou ao país e que prestará em novos ciclos da vida política brasileira.

O que jamais faltará ao PSDB é o respeito às opiniões, por mais antagônicas que sejam, respeito às minorias e respeito ao direito de manifestação, princípios fundamentais da democracia.

No PSDB não há mesmo lugar para aqueles que querem ou queiram impor seus pontos de vista sem respeito aos pensamentos divergentes que porventura existam.

Atento aos ciclos naturais da política, o PSDB permanece certo de que muita contribuição ainda dará aos destinos de Minas Gerais e do Brasil.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.