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Lula no debate dos presidenciáveis na Rede Globo; veja resumo;

O principal embate do petista foi com o presidente Jair Bolsonaro (PL)

Lula rebateu o ataque de adversários durante o debate

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi confrontado por adversários na disputa à Presidência sobre denúncias de corrupção durante o período em que seu partido comandou o Executivo federal. O petista rebateu as acusações ao relembrar ações de sua gestão no combate à corrupção.

O primeiro bloco foi marcado por bate-boca entre Lula e Bolsonaro, que chegaram a ter, somados, seis direitos de resposta concedidos pela TV Globo – o que acabou esticando a duração do programa. Os dois se acusaram sobre denúncias de corrupção e disseram que o adversário mentia em suas declarações.

“Eu esperava que em um debate, o atual presidente tivesse honestidade, seriedade. Ele vem falar que eu montei quadrilha? Com a quadrilha de rachadinha dele que manteve sigilo de 100 anos, da quadrilha do MEC com barras de ouro. Ele precisava se olhar no espelho para ver o que acontece no governo dele”, disse.

Lula e Bolsonaro, os dois principais adversários na corrida ao Palácio do Planalto, não se enfrentaram diretamente e o petista debateu mais vezes com seu ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

No primeiro bloco, Ciro questionou o petista sobre o fato de que, após 14 anos de governo do PT, os cinco brasileiros mais ricos acumulavam a mesma riqueza que os 100 milhões de brasileiros mais pobres.

“Acho que você deveria me perguntar como no governo do PT os mais pobres tiveram aumento de mais de 80% na sua renda, como geramos mais de 22 milhões de empregos e como aumentamos o salário mínimo em 77%”, rebateu Lula.

Os dois voltaram a ter um embate no terceiro bloco, quando o petista perguntou a Ciro sobre a retomada nos investimentos no setor cultural.

Lula disse que, se for eleito, irá criar comitês de cultura em cada capital brasileira para descentralizar as ações do setor por todo o país e retomar o Ministério da Cultura.

“Tenho feito reuniões em todas as capitais com artistas, com o povo periférico em como transformar a cultura brasileira em rentabilidade e geradora de emprego. As pessoas não tem noção o quanto um show gera de emprego. Vou criar um comitê de cultura em cada capital”, prometeu.

Lei de cotas

Em um embate com o candidato Felipe D’Avila (Novo), Lula defendeu a lei de cotas como “pagamento de uma dívida de 350 anos de escravidão”.

“A Lei de Cotas permite que a gente recupere a possibilidade de enfrentar o racismo, a marginalização, o preconceito ao povo periférico a ter direito de estudar nesse país. Meu governo tirou a universidade com 3,5 milhões de estudantes para 8 milhões de estudantes. As mulheres da periferia passaram a ver seus filhos fazendo engenharia, medicina, diplomacia”, defendeu.

Meio ambiente e agricultura

Sobre o meio ambiente, o ex-presidente Lula disse que sua gestão irá “proibir terminantemente o garimpo ilegal”.

“Não é necessário o cidadão do agronegócio invadir o Pantanal, a Amazônia. Temos 30 mil hectares de terras degradadas que podem ser utilizadas para plantar o que quiser sem derrubar uma árvore”, disse.

Em um novo embate com Ciro, sobre a agricultura, Lula repetiu que as terras degradadas podem ser utilizadas para aumentar a produção agrícola e que o país deve aprender a “reconhecer a biodiversidade para a indústria de fármacos e de cosméticos”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.