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Kalil diz que foi impedido pelo TJMG de intervir na situação de moradores de rua em BH

Ex-prefeito defendeu aliança com o PT e afirmou que presidente Bolsonaro foi responsável por muitas mortes na pandemia

Ex-prefeito de BH Alexandre Kalil

O ex-prefeito da capital mineira e candidato do PSD ao governo de Minas, Alexandre Kalil, afirmou, em entrevista nesta segunda-feira (12) à Itatiaia, que a prefeitura de BH foi impedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de intervir na situação dos moradores de rua da cidade.

Perguntado sobre o aumento no número de moradores de rua na capital mineira nos últimos anos - levantamentos da UFMG apontam que cerca de 15 mil pessoas estão em situação de rua na cidade - Kalil afirmou que uma decisão do tribunal impede ações do poder público municipal.

“É muito importante esclarecer isso para todo mundo. Existe uma determinação do TJMG que a prefeitura de BH está proibida de intervir nos moradores de rua. Esse é um problema gravíssimo. Ainda como prefeito, eu tive uma reunião no TJ e falei que não era essa pauta, era a pauta dos ônibus e da pandemia, mas coloquei esse assunto informalmente. Eu disse: olha, se não tiver uma ação, não é higienização não, é uma ação. Nós reformamos os centros de acolhimento. Na pandemia, nós assumimos, quando o governo do estado não quis assumir, o espaço da Serraria Souza Pinto, fomos lá e bancamos, com a pastoral da Terra, o acolhimento. Nós alugamos um hotel inteiro na avenida Paraná, com refeições”, disse Kalil.

A posição do TJMG, no entanto, não proibiu a prefeitura de realizar serviços de atendimento aos moradores em situação de rua. Em 2013, o tribunal aprovou uma decisão que proibia a prefeitura de apreender os pertences dos moradores de rua, entendendo que o direito dessa população deve ser respeitado. Em 2019, uma decisão do TJMG reforçou a decisão que garante aos moradores de rua manter seus pertences.

A questão social tem sido uma das principais bandeiras da campanha de Kalil ao governo de Minas. O candidato afirma que os governos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Romeu Zema (Novo) ignoraram a população em situação de pobreza.

Aliança com o PT

O candidato do PSD defendeu a aliança com o PT para a disputa deste ano e disse que foi agredido pelo presidente Bolsonaro e seus filhos.

“Eu sou um político do bem, quero gente do bem do meu lado. Eu tive, na minha eleição e reeleição, candidatos do PT contra mim. Derrotei os dois. E não tenho o menor problema, porque fui chamado pelo presidente Lula e fui agredido pelo presidente Bolsonaro gratuitamente, porque tinha tomado essa decisão de fechar a cidade. Eu fui agredido violentamente pelo bolsonarismo”, afirmou Kalil.

O ex-prefeito lembrou que já foi adversário do PT em outras campanhas, mas que nunca fez críticas ao ex-presidente Lula. “Quando o presidente Lula me chamou, lá em SP, para que a gente tentasse um projeto para Minas e para o Brasil. Não tenho menor constrangimento, eu nunca agredi o presidente Lula, fui adversário do PT e tratei o PT como tratei o PSDB, como tratei todos os meus adversários. O importante é que adversário não é inimigo. Nós não podemos tratar as coisas jogando biografias no lixo”, disse. Kalil disse ainda que considera Bolsonaro responsável por “muitas mortes” durante a pandemia da Covid-19.

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