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Rogério Correia quer tomar o depoimento de hacker da ‘Vaza-Jato’ na CPMI de 8/1

Deputado do PT afirma que Walter Delgatti pode ter ‘muito a falar’; ele foi preso pela PF nesta quarta-feira (2)

O deputado Rogério Correia, do PT de Minas

O hacker Walter Delgatti, preso em uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (2), pode ter de prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou requerimento pedindo o interrogatório de Delgatti e, nos bastidores, busca apoio dos colegas para viabilizar a convocação dele.

Segundo Rogério, a ala da CPMI que compõe a base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trata como prioridade a aprovação da convocação de Delgatti. A ideia, inclusive, é fazer isso já na sessão agendada para esta quinta-feira (3).

Delgatti ganhou fama por ser o hacker que conseguiu acessar mensagens trocadas no âmbito da Operação Lava-Jato.

A operação que culminou na prisão do hacker pela PF investiga a invasão, em janeiro, a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Documentos falsos foram colocados no Banco Nacional de Mandados de Prisão

Segundo Rogério Correia, Delgatti pode ter “muito a falar” sobre tópicos investigados pela CPMI.

Assessores de Zambelli teriam feitos depósitos

Em meio às investigações, fontes da PF relataram, à CNN Brasil, que assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fizeram pagamentos endereçados a Delgatti.

Os valores serviriam para que ele tentasse fraudar as urnas eletrônicas e invadisse as contas de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, Zambelli se defendeu e afirmou que há uma tentativa de “envolver” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso por meio dela.

“Tenho muita tranquilidade em dizer que o que tenho de relação com esse hacker é que o conheci saindo de um hotel, ele pediu meu telefone, eu dei, ele a cada momento mudava de número, apagava as mensagens, não gostava de falar por telefone. Foram poucos encontros, dois ou três, no máximo, que conversamos sobre tecnologia. Uma vez, ele veio a Brasília, tive de ajudar financeiramente para ele vir, ele disse que teria provas para apresentar e serviços a oferecer para o PL. Levamos ele até o Valdemar Costa Neto e nessa região, sabendo que ele tinha conhecimento, mas não sabia em qual espectro ideológico ele estava, sinalizei para Valdemar não contratar”, contou.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.