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“O senhor quer criar uma cortina de fumaça, e nós não vamos permitir. Fiz uma pergunta para o senhor, que passou meia hora explicando o porquê de estar de folga”, disparou a parlamentar. À ocasião, Naime reforçava estar de licença por razões médicas entre os dias 3 e 8 de janeiro — quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Investigado por omissão no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Naime está detido no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, desde fevereiro. Amparado pelo advogado Gustavo Mascarenhas, o militar se defendeu e alegou não ter participado do planejamento da segurança e da inteligência para prevenir os ataques aos prédios públicos. Ele disparou ainda ter descoberto que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sabia desde a manhã de 8 de janeiro que as invasões aconteceriam.
"Às 10h da manhã do dia 8, a Abin disse claramente em um grupo que os prédios públicos seriam invadidos”, começa. “Tem documentos que comprovam que o chefe da inteligência da Polícia Militar, a chefe da inteligência da Secretaria de Segurança Pública, bem como o chefe da inteligência do comando de policiamento regional receberam informações diretas da Abin de forma privilegiada. O que me causa estranhamento é que não colocaram o Departamento de Operações neste grupo, o que causou o apagão”, concluiu.
Naime declarou ainda que se sente vítima de uma injustiça e reforçou ter abandonado a própria folga para comparecer à praça dos Três Poderes à ocasião dos ataques. “Eu não fiz nenhum ato errado. Muito pelo contrário, achei que ia receber um elogio e recebi uma prisão”, disse.