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Ministro de Lula diz que acordo de Mariana não pode se tornar ‘cenário para polarização’

Novo acordo para repactuação está sendo discutido em Brasília e depende de aval do governo federal

Alexandre Silveira disse que governo deve ter ‘cautela’ com acordo para repactuação do desastre em Mariana

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), pediu para que o novo acordo de Mariana não se torne cenário para “politização” entre o Governo de Minas e o governo federal. Em 2016, um acordo foi assinado para reparação individual e coletiva de atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em novembro de 2015.

Agora, as duas partes discutem um novo modelo de repactuação, semelhante ao de Brumadinho, e que prevê investimentos no próprio estado de Minas Gerais e também em obras que seriam beneficiadas pelo acordo com as mineradoras para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem.

O governo estadual alega que o modelo já estava praticamente pronto, mas que dependia da autorização do governo federal. Questionado em uma reunião na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o ministro Alexandre Silveira diz que o governo federal está empenhado, mas que deve haver cautela.

"É claro que nós temos que ser prudentes. Esse acordo tem que ter benefício direto e na veia para os atingidos, tem que contemplar os movimentos sociais, tem que ser juridicamente seguro e eu tenho dito sempre - e até mesmo ao próprio governador [de Minas Gerais, Romeu Zema] - que esse acordo não não pode ser motivo de politização. Eu estou completamente convicto de que o caminho é o acordo, mas o acordo que contemple e o interesse público”, afirmou.

Em maio, durante evento em Nova York, Romeu Zema criticou o governo Lula pela condução do acordo.

“Todos já têm um apoio a esse acordo, que vai ser o maior do Brasil. E, que vale lembrar, vai proporcionar a recuperação de áreas degradadas por aquele desastre e também reparação social. Quem é contra um acordo desse? Então eu fico aí por entender qual tem sido a visão do governo federal que tem postergado esse acordo que já poderia ter sido concretizado”, disse Zema na ocasião.

Leilão de linhas de transmissão

O ministro também falou sobre o leilão de linhas de transmissão de energia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, ele espera atrair R$ 9 bilhões de reais em investimentos para Minas Gerais e R$ 16 bilhões para o Brasil, além de fomentar o investimento na energia limpa e renovável.

“Nós faremos o maior volume de contratações de linhas de transmissão da história do Brasil. Dia 30, nesse leilão, serão R$ 16 bilhões e nós queremos, até março do ano que vem, licitar R$ 56 bilhões em linhas de transmissão”, espera.

De acordo com o ministro, os investimentos devem refletir em mais de 200 mil empregos diretos e indiretos em todo o país.

“Mais do que isso, essas linhas de transmissões vão permitir o escoamento de energia limpa e renovável, principalmente eólica e solar de todo o Nordeste brasileiro para o centro de carga que é o Sudeste. Serão milhares de empregos em Minas Gerais, em especial nas regiões mais simples e com mais dificuldades e diferenças sociais do nosso estado, que são o Norte, o Jequitinhonha e o Mucuri”, afirmou.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.