O tamanho do possível reajuste nos salários dos servidores públicos de Minas Gerais está condicionado a estudos técnicos da equipe econômica do governador Romeu Zema (Novo). Nesta sexta-feira (26), a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, disse que o Palácio Tiradentes ainda não concluiu a fase de debates a respeito do espaço orçamentário para os aumentos.
Ela não crava data para o envio, aos deputados estaduais, do projeto de lei (PL) para autorizar o crescimento dos vencimentos.
“O governo permanece em estudos e avaliação do que será possível, e se será possível, estabelecer em termos de recomposição salarial aos servidores”, esquivou-se, após entregar, à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, texto que pode viabilizar
Como já mostrou a Itatiaia, o governo Zema analisa a possibilidade de conceder
Luísa Barreto, por sua vez, não estipulou os percentuais de reajuste. “O governo sempre se posicionou — e continuará se posicionando — para adotar as medidas dentro da realidade financeira do estado. É a avaliação que estamos fazendo”, afirmou.
Segundo a secretária, o governo pretende encerrar a análise da viabilidade do reajuste “no menor prazo possível”.
Oposição se irrita
A fala de Luísa Barreto irritou a coalizão de oposição a Zema na Assembleia Legislativa. Os 20 deputados do grupo, formado por PT, PCdoB, PV, Rede e Psol, têm obstruído as votações em plenário
“Fico intrigada: como no caso do funcionalismo, que tem baixíssimos salários, o governo precisa estudar tanto e, para pagar 300% de aumento para si, foi tudo tão rápido? Vocês viram o governo falar que precisava fazer estudos para pagar o aumento de 300% nos salários de governador, vice, secretários e (secretários) adjuntos?”, criticou Beatriz Cerqueira (PT).
O protesto da petista está relacionado à sanção, neste mês, da lei que aumenta, escalonadamente e até 2025, os vencimentos do governador. Ao fim da progressão, os ganhos mensais dele
Beatriz acusou o Executivo de “omissão” e “desrespeito” ante o funcionalismo. “O governo brinca com a vida das pessoas. Ele anuncia (a ideia de reajuste), não toma medidas efetivas e faz no tempo que quer, do jeito que quer. Até agora, o projeto de reajuste não chegou à Assembleia”, completou.
O aumento aos servidores da educação chegou a ser prometido pelo deputado estadual Cássio Soares (PSD), líder de um dos blocos governistas da Assembleia. No fim de abril, ele sinalizou a intenção do Palácio Tiradentes de
Forças de segurança
Paralelamente aos estudos econômicos do governo, lideranças das forças de segurança tentam pressionar a administração pública
O Partido Liberal (PL), segunda maior bancada da Assembleia, com nove deputados, está na base aliada a Zema. Quatro dos liberais são ligados às pautas da segurança.
No ano passado, o governo concedeu reajuste geral de 10,06%.