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CPI do Abuso de Poder: representante da PBH sugere ação de estagiário em perdão de IPTU de Kalil

Vereadores querem detalhar processo que levou à isenção do IPTU para um imóvel atribuído ao ex-prefeito de BH

Vereadores a CPI do Abuso de Poder investigam se houve irregularidade em perdão de IPTU concedido a imóvel atribuído a Kalil

A CPI do Abuso de Poder ouviu nesta quinta-feira (18) procuradoras e gerentes de execução fiscal da prefeitura de BH (PBH) para esclarecer o processo de perdão da dívida de IPTU de um imóvel supostamente do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), em 2022. Os valores da dívida do imóvel estavam em aberto desde 2003.

A procuradoria alega que a isenção aconteceu em função de processos internos, em que o imóvel teve o índice cadastral cancelado nos índices cadastrais da prefeitura de BH e por essa razão não foi localizado.

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Nesta quinta-feira, uma das depoentes, Luciana Pessoa Dutra, da gerência de suporte de execução fiscal, voltou ao assunto ao dizer que a petição de cancelamento da cobrança do imposto foi feita por um estagiário.

“As execuções fiscais são distribuídas pela procuradoria, todas são feitas em nome do Levate, porque ele é o gerente da execução fiscal. A gente trabalha com um volume muito grande de processos. Tudo é distribuído no nome dele, quando recebemos os processos, fazemos uma triagem e a distribuição”, explicou Lúcia Pessoa Dutra, servidora da Gerência de Suporte à Execução Fiscal, da Procuradoria do Município.

Questionada pela vereadora Fernanda Altoé (Novo) sobre como seria a participação do procurador municipal Luiz Gustavo Levate nas análises de documentos de isenção fiscal, a servidora afirmou que teria que saber os detalhes sobre a ação.

“Eu teria que ver o processo especificamente, pelo seguinte, não fazemos distribuição para ele, mas trabalhamos com um volume muito grande, onde todas as petições saem em nome do Levate, temos um banco de petições que todas tem a assinatura digitalizada dele, então essas petições podem, coisas que eu já vi, tanto pelas equipes de apoio, que são os estagiários que fazem, como por algum procurador”, disse Lúcia Pessoa.

“Quem faz as peças é o estagiário, ou assessor, ou o próprio procurador. Minha parte é a distribuição da intimação”, explicou a servidora.

O presidente da CPI, vereador Wesley Moreira (PP), considerou que os representantes da PBH estão buscando repassar algumas responsabilidades sobre os envolvidos no processo.

“Chamou atenção da CPI, outras pessoas da prefeitura sempre traziam sua devida responsabilidade. Agora, o que temos ouvido é que foi o estagiário. Não é possível que a CPI vai ter que correr atrás de estagiário”, afirmou Wesley Moreira.

Na semana passada, o procurador municipal Luiz Gustavo Levate, trouxe novos personagens às discussões ao citar a ação de estagiários nos processos internos da prefeitura.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a prefeitura de BH e com a assessoria de imprensa do ex-prefeito Alexandre Kalil para comentar as declarações na sessão desta quinta-feira (18), na CPI do Abuso de Poder, mas até o momento não houve retorno.

Investigação

Wesley afirmou que a CPI continuará apurando os detalhes da concessão de perdão do IPTU de Kalil, para saber as responsabilidades de cada envolvido. “Já temos vários dados e documentos que trazem estranheza com relação a esse processo do perdão que o ex-prefeito Alexandre Kalil recebeu. Estamos no momento de encontrar as pessoas que colocaram as digitais nesse processo do perdão da dívida de Kalil”, afirmou Wesley.

“O que embasou esse perdão foi a não existência do imóvel, o que cai por terra, porque a própria Prefeitura já admite que o imóvel existe. Então, se perdoou, mas agora o imóvel apareceu, temos uma incoerência no processo”, disse o parlamentar.

Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.