O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (25), durante audiência pública no Senado, que o órgão atua de forma técnica e autônoma ao justificar a taxa de juros fixada em 13,75% ao ano.
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Ele foi convidado para falar na Comissão de Assuntos Econômicos para discutir a taxa de juros adotada pelo BC. Segundo Campos Neto, se o banco não elevasse a taxa de juros no ano passado para conter a inflação, este ano a taxa poderia chegar a 18%.
“Se o BC não tivesse feito esse movimento, em ano eleitoral o BC falou que não parava de subir os juros mesmo entendendo que era necessário, bom, se isso fosse feito, teríamos tido uma inflação de 10% ao invés de 5,8%. E aí, hoje, para controlar a inflação e a expectativa do ano que vem, que seria muito mais alta, teríamos que estar com o juros de 18,75%. E, se não tivesse, estaríamos caminhando para uma inflação que contaminaria bastante (a economia), como o exemplo que tivemos da Argentina”, afirmou Campos Neto.
A taxa de juros adotada pelo Comitê de Política Econômica do BC se tornou um cabe de guerra entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a diretoria do banco. Os petistas cobram a redução da taxa Selic e apontam que o atual índice inibe investimentos.