Delegado que atua na Alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, Mario de Marco Rodrigues Sousa foi um dos servidores responsáveis por barrar a entrada ilegal de um conjunto de joias trazidas da Arábia Saudita pelo governo Bolsonaro. O conjunto com relógio, colar e par de brincos - avaliado em R$ 16,5 milhões - seria um presente do governo saudita à primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
De Marco se tornou conhecido por participar de uma série de televisão que trata, justamente, de problemas relacionados ao maior aeroporto do país. A série ‘Aeroporto: Área Restrita’, da Discovery, trata da tentativa de entrada de imigrantes irregulares, drogas e objetos de valor sem a declaração por parte de passageiros.
O fiscal da Alfândega aparece no episódio “Cartão Vermelho”, que acompanha a sua rotina no controle da aduana. Neste capítulo, De Marco, como é chamado na série, conta como os servidores fazem para descobrir situações irregulares.
“A gente pesquisa os passageiros que estão embarcando, desembarcando, o histórico, os voos”, afirmou.
Neste episódio, o servidor barra a entrada de uma passageira no Brasil que tenta entrar no país com brinquedos e celulares.
Joias de Michelle Bolsonaro
Em outubro de 2021, após participar de um evento na Arábia Saudita, uma comitiva brasileira liderada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no Brasil com um conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, sem declarar à Receita.
Os itens estavam em um estijo dentro da mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, mas foram flagrados pela máquina de Raio-X. A Receita determinou a apreensão dos bens e que eles só seriam liberados mediante o pagamento de 50% do valor (que deveria passar por perícia) e mais 25% do valor em multa pela falta de declaração de bens.
Ao jornal Estado de S. Paulo, o próprio ministro confirmou que os objetos seriam destinados à primeira-dama.