Em uma primeira entrevista a um jornal norte-americano desde que desembarcou nos Estados Unidos no dia 30 de dezembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se eximiu da responsabilidade sobre os atos violentos praticados por seus apoiadores em 8 de janeiro. Bolsonaro falou ao jornal Wall Street Journal, que publicou a entrevista nesta terça-feira (14).
Bolsonaro disse que voltará ao Brasil em março para liderar a oposição da extrema-direita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O movimento de direita não está morto e continuará vivendo”, afirmou.
O ex-presidente disse, ainda, que atuará junto aos parlamentares e governadores em prol de uma política “pró-mercado” e contra o aborto, as políticas de desarmamento e “contra os valores das famílias”.
Questionado sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores que estavam acampados na frente do QG do Exército em Brasília invadiram, depredaram e saquearam as sedes dos Três Poderes, Bolsonaro se eximiu de qualquer responsabilidade.
“Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante, as tropas, bombas?”, perguntou. “Eu nem estava lá e eles quiseram colocar isso em mim”, disse.
Eleições ‘enviesadas’
Sobre o resultado das eleições, Bolsonaro evitou dizer que o processo foi fraudado, mas afirmou que ele foi “enviesado” e que ficou “surpreso” com o resultado das urnas.
“O povo estava comigo, o agronegócio, os evangélicos, a indústria estava comigo, os compradores de armas estavam comigo”, afirmou.