A equipe de transição para a área da Segurança Pública criticou, nesta quarta-feira (23), os cortes no orçamento da Polícia Federal e disseram que a dificuldade financeira pela qual passa a PF poderá criar “constrangimentos” até mesmo na posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro.
Um dos coordenadores do gabinete de transição, Aloizio Mercadante (PT), afirmou que o contingenciamento chega a R$ 15 bilhões no ano, o que compromete operações e o próprio funcionamento da Polícia Federal. A emissão de passaportes, que é atribuição da PF, está suspensa em todo o país por falta de verba.
Já o senador eleito Flávio Dino (PSB), integrante do GT da Segurança Pública, disse que a entidade enfrenta problemas no pagamento de diárias e até de combustível e o orçamento para o ano que vem prevê uma série de custos.
“Temos equipes em vários locais da PF que não conseguem ter condições de trabalho em várias áreas”, afirmou. “E 2023 é mais preocupante. A proposta orçamentária, excluindo a despesa de pessoal, era de R$ 1,847 bilhão e foi limitado pelo Ministério da Economia para R$ 1,260 bilhão. Com a situação existente, teremos somente R$ 31 milhões para investimento”, afirmou.
Os problemas orçamentários da Polícia Federal podem afetar até a segurança na posse presidencial, suspeita a equipe de transição.
“A PF hoje enfrenta problemas de combustível e diárias e podem criar constrangimentos para operações fundamentais, a exemplo da posse presidencial”, afirmou Dino.