Há cerca de duas semanas o ator de Hollywood,
Segundo o neurologista Paulo Caramelli, especialista em cognição e professor da UFMG, a demência frontotemporal é uma doença degenerativa que ocorre quando algumas proteínas atrofiam, comprometendo o funcionamento dos lobos frontais e temporais do cérebro.
“Os sintomas da demência frontotemporal se caracterizam principalmente por alterações de comportamento, desde apatia, desinteresse por atividades e perda de iniciativa, até desinibição, inadequação social e comportamentos compulsivos repetitivos. Pode haver alterações de apetite, com predileção por doces, por exemplo, e em boa parte dos casos a memória é menos comprometida, especialmente nas fases iniciais da doença. Há mais alterações de capacidade de planejamento”, explica o médico.
Entretanto, há uma outra forma que a demência frontotemporal pode se manifestar. Segundo Caramelli, pelos relatos da família de
“Existe uma outra forma de apresentação clínica que tem alterações de linguagem, e aparentemente essa foi a forma que se manifestou no ator Bruce Willis. Ele começou com quadro de afasia, que é um comprometimento da linguagem. Assim, a pessoa pode ter dificuldade para encontrar palavras e para se expressar adequadamente, ou mesmo com uma perda do significado e dos objetos”.
Diagnóstico, tratamento e prevenção
A demência frontotemporal costuma atingir pessoas com menos de 65 anos e não possui tratamento específico. Normalmente, o médico vai indicar medicações e intervenções para controlar e amenizar os sintomas. O diagnóstico deve ser feito por um neurologista e necessita de avaliações neuropsicológicas e fonoaudiologias, feitas por psicólogos e fonoaudiólogos qualificados. Além disso, o neurologista pode pedir alguns exames de imagens cerebrais, como tomografia ou ressonância magnética.
A prevenção tanto da demência frontotemporal quanto de outras demências, como o Alzheimer, não é clara para a medicina. Segundo o neurologista, existem alguns fatores de risco associados ao desenvolvimento da demência e que podem ser evitados.
“Em termos gerais a demência incide mais em pessoas que têm um perfil de fatores de risco, por exemplo, pessoas sedentárias, pessoas que têm fatores de risco para doenças vasculares, como pressão alta, diabetes e colesterol elevado. As demências não podem ser evitadas de forma plena ,mas a gente pode reduzir o risco justamente atuando nesses fatores”.