Pacientes tetraplégicos vão poder usar apenas o
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A interface cérebro-computador criada pelos cientistas não é invasiva. “Pessoas que realmente serão os usuários finais desse tipo de dispositivo podem navegar em um ambiente natural, como um hospital, com a ajuda de uma interface que traduz pensamentos em movimento”, explica José del R. Millán, professor de engenharia e autor principal do estudo.
Isso é possível porque a interface cérebro-computador registra a atividade cerebral do paciente em tempo real e um
Em testes de laboratório, três pacientes com tetraplegia conseguiram operar uma cadeira de rodas em ambiente aleatório e desordenado. Dois deles foram capazes de mover os equipamentos com precisão de até 98%. “Funciona basicamente como andar a cavalo: o cavaleiro indica ao animal aonde ele deve ir, mas é o cavalo que tem de descobrir a maneira ideal e mais precisa de executar os comandos”, detalhe Millán.
A técnica usa uma touca com eletrodos para captar a atividade cerebral, em vez de usar diversos fios ligados entre a cabeça do usuário e o computador. Os pacientes só precisam apenas aprender a visualizar o movimento da cadeira de rodas como se estivessem imaginando a movimentação de suas mãos e seus pés.
Sensores na cadeira então interpretam essa intenção e a inteligência artificial ajuda a tornar a locomoção mais segura e precisa. “Quando o paciente sofre lesões graves e fica paralisado, o cérebro perde vias para enviar comandos ao corpo e criar movimentos”, explica Millán. “Mesmo assim, a mente continua ativa. Nossa interface capta isso. Se treinarmos os usuários por tempo suficiente, o nível de controle aumenta consideravelmente.”
O desenvolvimento de cadeiras de rodas movidas pelo pensamento não é novo, mas elas sempre foram testadas com voluntários que tinham movimento. Nessa nova pesquisa, é a primeira vez que os participantes são tetraplégicos. Os resultados positivos apontam para a viabilidade comercial do sistema.