Os resultados da segunda fase de testes clínicos da
O imunizante usa a mesma tecnologia da substância criada pela fabricante para combater a
Chamada de vacina personalizada para câncer (PCV), a fórmula pode ajudar a transformar o
O imunizante da Moderna contra o câncer não previne a doença, mas ajuda a tratá-la. Ele é destinado, especificamente, ao melanoma – o tipo mais letal de câncer de pele. A fórmula é personalizada porque os tumores diferem para cada indivíduo. Para fabricá-la, o laboratório terá de coletar antígenos do paciente para produzir a proteção adequada.
Os testes têm 157 pacientes voluntários. O medicamento Keytruda, da MSD, reconhece as células cancerígenas e está sendo usado em conjunto com as vacinas da Moderna. Essa estratégia é necessária poque o câncer tem a habilidade de se camuflar.
A Moderna e a MSD não são as únicas a atuarem na criação de um imunizante contra o câncer. A farmacêutica alemã BioNTech, que, em parceria com a Pfizer, desenvolveu uma das vacinas de RNA mensageiro contra a covid-19, planeja entregar seus primeiros imunizantes oncológicos antes de 2030.
Desde a fundação da empresa, em 2018, a BioNTech estuda o uso do RNA mensageiro para combater o câncer. Durante a pandemia, entretanto, as pesquisas foram adaptadas para a criação de um imunizante contra o novo coronavírus. Agora, a companhia voltou a desenvolver uma fórmula personalizável contra o câncer.
No momento, os estudos clínicos da farmacêutica se dedicam ao uso da tecnologia contra diferentes tipos de câncer, como o melanoma e o de intestino. “Como cientistas, sempre hesitamos em dizer que teremos uma cura para o câncer. Temos vários avanços e continuaremos trabalhando neles”, explica Özlem Türeci, diretora média e cofundadora da BioNTech.
A cautela dos pesquisadores em relação ao medicamento tem motivo. Antes das pesquisas atuais, muitas fórmulas que pareciam promissoras foram descontinuadas após fracassos em estudos clínicos.
Como funciona o RNA mensageiro
A técnica do RNA mensageiro consiste em treinar o organismo para reconhecer um microrganismo nocivo e saber como eliminá-lo. Para a covid-19, a fórmula instrui as células a produzirem a proteína S do novo coronavírus. A partir daí, o organismo passa a apresentar células de defesa e anticorpos contra a doença.
Contra o câncer, o princípio é o mesmo: induzir a imunidade. Nesse caso, porém, são produzidos marcadores encontrados na superfície das células do tumor do paciente. Assim, o organismo vai aprender a combatê-las e, ao mesmo tempo, preservar as células que não estão relacionadas com a doença — diferentemente do que ocorre com a quimioterapia, por exemplo, que ataca tanto células doentes quanto saudáveis.