A primeira vacina inalável contra a
É a mesma substância usada na vacina injetável da empresa, a Convidecia. É utilizado um nebulizador para transformar o líquido em aerossol para que ele possa ser inalado pela boca. A opção inalável recebeu o nome comercial de Convidecia Air — uma pequena variação no nome da opção injetável da fórmula.
Gonzalo Vecina, fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), avalia que essa opção pode ser mais eficaz do que as substâncias já em uso. “Elas buscam usar um caminho diferente de produção de anticorpos: ativar as imunoglobulinas A, que ficam na mucosa. Como o vírus entra pelo sistema respiratório, ele encontra as defesas mais rapidamente”, explica.
Esse formato de
Vecina aponta que a CanSino é uma boa farmacêutica e destaca a segurança dos imunizantes desenvolvidos contra a covid-19. “As vacinas que nós tomamos agora têm um nível de segurança muito maior do que todas as vacinas que nós já tomamos.” A expectativa do médico é que estejamos cada vez mais perto do controle da doença. “Que ele [o imunizante] proteja mais a gente e que a gente, quem sabe, possa dizer: virou endêmica ou, melhor ainda, acabou a pandemia.”
O resultado dos estudos clínicos foi publicado na revista científica britânica The Lancet. Eles indicam que a vacina induz forte imunidade humoral, celular e mucosa, suficiente para conter a infecção e a replicação do novo coronavírus e suas variantes. Os testes foram realizados em chineses com mais de 18 anos que haviam recebido duas doses de CoronaVac.
No Brasil
A Administração Nacional de Produtos Médicos da China autorizou o uso da Convidecia Air em caráter emergencial como dose de reforço. O anúncio fez o preço das ações da companhia na bolsa de valores de Hong Kong subir: a cotação aumentou até 14% e fechou com alta de 7,1% na segunda-feira (5) quando a novidade foi revelada.
Aqui no Brasil, a companhia de biotecnologia Biomm, cuja fábrica fica em Nova Lima (MG), solicitou o registro definitivo da Convidecia injetável à Anvisa em maio. Segundo a empresa, atualmente o imunizante está em processo de aprovação e, após a conclusão dessa etapa, a companhia prevê, inicialmente, importar a substância e, posteriormente, produzi-la em suas instalações. Agora, os planos da Biomm incluem pedir o registro da Convidecia Air à agência.
Outros países têm equipes interessadas em desenvolver um imunizante com esse formato. No Brasil, por exemplo, há um estudo em andamento no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP sob a liderança de