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Fiocruz testa drones para transporte de material biológico

Logística desses elementos pode ser aperfeiçoada com o uso de tecnologia

Drones podem tornar logística do segmento mais eficiente

O transporte de materiais biológicos — o que inclui amostras de vírus, como o da covid-19 — deve ganhar uma nova opção. Um novo projeto da Fiocruz Brasília quer usar drones para levar esses insumos. O projeto tem parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e da H4ndsLab (a partir da Softex).

Além de ter grande potencial comercial, a iniciativa pode transformar a logística do segmento no Brasil. Em um país continental, em que nem todas as áreas são facilmente acessíveis por via terrestre (como regiões remotas, por exemplo), o uso dessa tecnologia é um diferencial. O projeto é desenvolvido em cooperação técnica com a Universidade de Brasília (UnB) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF).

A primeira a cogitar a solução foi Izabela Gimenes, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). A pesquisadora precisava coletar córneas de bois que estavam a 200 quilômetros do laboratório. Como a análise das amostras deve ser feita em até quatro horas, a distância tornava isso inviável.

Por sugestão do pesquisador Wagner Martins, coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS), passou-se a testar drones. Por enquanto, as simulações usaram caixas de transporte vazias. Foi utilizado, entretanto, controle de temperatura, de altitude e de umidade, bem como rastreamento. O drone percorreu 8,2 quilômetros em 16 minutos — um trajeto que levaria 40 minutos para ser percorrido por um carro. Além disso, o custo seria 28% menor.

A próxima etapa da pesquisa vai usar os dispositivos para transportar amostras de vigilância genômica da covid-19 e da tuberculose. Posteriormente, elas serão usadas em análise. Como esse material é bastante sensível, as variáveis da caixa de transporte devem ser controladas. O experimento ainda está em fase de preparação.

No futuro, a técnica pode ser usada para transportar órgãos para transplante ou bolsas de sangue para transfusão, por exemplo. Luis Eduardo Ludgero, fundador da H4ndsLab e da Scilog, diz que a opção pode acelerar o desenvolvimento de soluções para instituições de pesquisa, laboratórios e hospitais, entre outros.