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Elon Musk agora aceita comprar o Twitter

Acionistas da rede social suspeitam de manobra judicial, mas decisão pode estar relacionada com possível fracasso do empresário no Tribunal

Empresário voltou atrás da decisão de voltar atrás

Parece que algumas das previsões a respeito do resultado do conflito judicial entre Elon Musk e Twitter falharam: segundo a rede social, o empresário aceitou retomar a negociação inicial, no valor de US$ 44 bilhões, e adquirir a plataforma. O objetivo é evitar a ida ao tribunal — o julgamento do processo começaria em 17 de outubro e a previsão de duração era de 5 dias.

A negociação de Musk com a plataforma começou em abril. Na época, o empresário comprou 9,2% das ações do Twitter e se tornou um de seus maiores acionistas. Logo em seguida, veio a proposta de aquisição da companhia. Em julho, porém, ele anunciou a desistência: segundo Musk, os números sobre perfis falsos e spam na plataforma têm sido escondidos pela empresa. A rede social, então, o processou para fazê-lo cumprir o contrato assinado.

Segundo o Twitter, representantes de Musk procuraram a companhia. “A intenção da empresa é fechar a transação” em US$ 54,20 (R$ 280,61) por ação — o que foi combinado inicialmente. Os advogados do empresário confirmam o prosseguimento do acordo, se o Tribunal de Chancelaria de Delaware “adiar o julgamento e os outros procedimentos relacionados”. É preciso, agora, aguardar a resposta.

Muitos acionistas do Twitter suspeitam de que a equipe jurídica do empresário pode estar buscando alguma manobra judicial. A Bloomberg afirma, no entanto, que a revisão da decisão veio depois que os assessores legais de Musk avaliaram que ele dificilmente venceria a disputa no tribunal — as estratégias para evitar o confronto se esgotaram.

Análises de especialistas aponta que o julgamento seria favorável ao Twitter, uma vez que Musk teria dificuldade para provar que a companhia violou os termos de contrato inicial. Na plataforma, o empresário disse que “comprar o Twitter é um acelerador para criar o X, o aplicativo de tudo” — X seria uma nova plataforma criada por ele. “O Twitter provavelmente acelera o X em 3 a 5 anos, mas posso estar errado”, publicou. Não há detalhes, porém, sobre quando a compra será efetivada.