Um levantamento da Trend Micro aponta que o Brasil é o líder em envios de ameaças de extorsão e chantagens sexuais por e-mail. O estudo considera a origem dos IPs únicos usados nessas operações. Os casos crescem a cada mês: em março de 2022, foram registrados 4,8 mil incidentes — 27% a mais que em fevereiro. A Índia, segunda colocada, teve 2,5 mil ocorrências no período.
Em geral, os golpistas pedem dinheiro para não divulgar dados pessoais ou imagens íntimas da vítima. Muitas vezes, as mensagens são enviadas até mesmo quando os criminosos não têm informações ou imagens para compartilhar — é comum, entretanto, que os destinatários efetuem o pagamento para evitar o risco.
A alta no volume de ataques cibernéticos é global: a Trend Micro bloqueou 11,2 bilhões de ameaças em março em todo o mundo. Os números totais podem superar o aumento de 42% registrado em 2021, quando 94,2 bilhões de tentativas foram identificadas pelos sistemas de defesa.
No ranking geral, o principal alvo são os EUA, que recebem 31,2% dos ataques. A China fica com a segunda posição, com 9,7%, enquanto Reino Unido (6,1%), Japão (5,5%) e Índia (5,1%) vêm na sequência. O segmento mais atingido é a indústria, enquanto o governo fica em segundo e o setor de saúde em terceiro. Em quarto e quinto lugares estão, respectivamente, educação e serviços financeiros.
Ransomware em alta
Segundo a empresa, houve aumento, ainda, nos casos de ransomware. Em março de 2022, foram 2,5 milhões de incidentes do tipo. Nessas ocorrências, o Japão é o alvo preferido dos criminosos, com 20,6% dos registros. Países sempre presentes vieram depois: EUA ficou com 13,1% e Índia, na quinta posição, com 4,4%. Rússia não aparece entre os cinco mais afetados.
O estudo aponta tendência de queda na quantidade de ameaças que usam a pandemia de covid-19 como tema. Os 469,5 milhões de incidentes registrados em março representam queda de 15% em relação a fevereiro e de mais de 50% na comparação com janeiro. Os e-mails são o principal vetor: 95% das tentativas de golpes chegam por eles.