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Indústria aposta na bioeconomia para crescer com sustentabilidade, aponta CNI

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria mostra que maioria dos executivos vê a bioeconomia como parte estratégica dos negócios

Sustentabilidade se consolida na gestão industrial, com mais empresas criando áreas dedicadas ao tema e ampliando ações ambientais

A bioeconomia deixou de ser apenas assunto de reuniões e debates e passou a ocupar lugar de destaque na estratégia industrial brasileira. Conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de sete em cada dez empresários reconhecem a bioeconomia como importante para o futuro da indústria.

Segundo a pesquisa, mais de 80% dos executivos consideram o uso sustentável da biodiversidade como um ativo estratégico para as empresas. Dentro desse grupo: 32% afirmam que a biodiversidade deve ser conservada garantindo seu uso sustentável; 29% defendem que ela seja integrada aos negócios de forma sustentável; e 28% entendem que o tema deva ser parte das políticas de responsabilidade socioambiental. Apenas 5% defendem a preservação total sem uso econômico dos recursos.

A diferença entre “conservar” e “preservar” revela que a maioria das empresas está disposta a utilizar os recursos naturais de forma racional, em vez de simplesmente deixá-los intactos.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, os dados mostram que “a indústria brasileira já coloca a sustentabilidade como vetor de competitividade e inovação”. Ele afirma que na COP30 o Brasil mostrará que tem soluções para uma nova economia de baixo carbono com a indústria como protagonista.

Cultura institucional e estrutura voltadas à sustentabilidade

A pesquisa também revela que 48% das indústrias consultadas já contam com uma área ou departamento específico para tratar de sustentabilidade, um crescimento de sete pontos percentuais em relação a 2024, quando o índice era de 41%.

Esse avanço, segundo Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, “é um indicador impactante”, pois demonstra que o tema está sendo incorporado à gestão e ao planejamento estratégico das companhias.

Na pergunta espontânea sobre o que mais incentiva o uso de fontes renováveis, 55% apontaram o custo mais competitivo como principal fator. Em seguida vieram os incentivos fiscais (10%) e a redução da emissão de poluentes (8%).

Na prática, as indústrias já adotam, em média, seis ações de sustentabilidade por linha produtiva. Entre as mais citadas: redução na produção de resíduos sólidos (90%), otimização do consumo de energia (84%) e modernização das máquinas com foco em melhoria ambiental (78%).

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.