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Construção: ‘Juros altos’ são principal entrave há um ano, aponta CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou dados da Sondagem Indústria da Construção nessa sexta-feira (24). O setor aponta as taxas elevadas como maior problema , mas registrou melhora na atividade em setembro.

Indústria da Construção completa um ano apontando as taxas de juros elevadas como seu principal problema

A Indústria da Construção completou um ano apontando as taxas de juros elevadas como seu principal problema. Os dados são da Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nessa sexta-feira (24).

Apesar do entrave financeiro, o setor mostrou recuperação em setembro. Os índices de atividade e número de empregados subiram. As expectativas para os próximos meses melhoraram em outubro, embora o índice de confiança (ICEI) continue abaixo dos 50 pontos, indicando falta de confiança.

Principais problemas do setor

A pesquisa do terceiro trimestre de 2025, realizada pela CNI , solicitou aos empresários que apontassem os três principais problemas enfrentados.

  • As taxas de juros elevadas lideram o ranking , com 35% das menções , uma leve queda ante os 37,7% do segundo trimestre.
  • A elevada carga tributária apareceu em segundo lugar , com 32,2% , seguida pelos desafios com mão de obra.
  • Falta ou alto custo de trabalhador qualificado: 25,8%
  • Falta ou alto custo da mão de obra não qualificada: 24,5%
  • Demanda interna insuficiente: 20,4%

Desempenho em setembro

Após resultados negativos em agosto , o setor da construção relatou melhora no desempenho em setembro de 2025. O índice de evolução do nível de atividade subiu 2,4 pontos, atingindo 48,4 pontos.

O índice de evolução do número de empregados também avançou, ficando em 47,1 pontos. A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) alcançou 68%, uma alta de 2 pontos percentuais (p.p.) frente a agosto.

Condições financeiras e crédito

No terceiro trimestre de 2025, as condições financeiras das empresas melhoraram, mas seguem vistas como desfavoráveis. O índice de satisfação com a situação financeira subiu para 48,7 pontos , e o de lucro operacional foi para 45,4 pontos.

O acesso ao crédito continua difícil , embora o índice tenha melhorado para 38,6 pontos. Em contrapartida, os empresários notaram aceleração na alta dos preços de insumos e matérias-primas, com o índice marcando 61,6 pontos.

Confiança e expectativas futuras

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção subiu pelo segundo mês consecutivo, marcando 48,4 pontos em outubro. O valor, contudo, permanece abaixo da linha de 50 pontos, o que demonstra falta de confiança do empresário.

A melhora foi puxada pelas expectativas. O índice de expectativas passou para 50,7 pontos, entrando em campo otimista. A intenção de investimento também cresceu pelo segundo mês, indo para 43,6 pontos.

O que o setor espera para os próximos seis meses

O otimismo, no entanto, não é uniforme. A maior alta foi na expectativa de nível de atividade, que foi para 52,4 pontos. A expectativa de compras de matérias-primas e de novos empreendimentos também passaram para o campo positivo.

Na direção contrária, a expectativa para o número de empregados recuou. O índice caiu para 49,8 pontos , passando a indicar uma expectativa moderada de queda nas contratações para os próximos seis meses.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.