Quando a água utilizada em processos industriais é contaminada por substâncias químicas, ela se transforma em efluente industrial — ou água residuária. Segundo Marina Andrada Maria, pesquisadora em Tecnologia do Senai-MG, esse tipo de resíduo precisa ser segregado, tratado e destinado de forma correta para evitar impactos ambientais e riscos à saúde.
Em conversa com a Itatiaia, ela destaca que a melhor solução depende do tipo de contaminante e do interesse da empresa, mas que o foco deve ser sempre reduzir a entrada de água nova no sistema. “A melhor ação é o tratamento com foco em reuso”, afirma.
Como funcionam os processos de tratamento
Os efluentes podem passar por tratamentos físico-químicos ou biológicos, dependendo das características da contaminação. Para resíduos com presença de produtos químicos, Marina explica que os processos físico-químicos são os mais adequados. Entre eles estão:
- Neutralização;
- Precipitação;
- Flotação;
- Adsorção;
- Filtração convencional;
- Osmose reversa;
- Nanofiltração;
- Processos oxidativos;
- Eletrólise;
- Eletrocoagulação.
A escolha da técnica depende da vazão, do teor de sólidos e das características das substâncias presentes no efluente. Marina ressalta que todos os processos têm eficiência comprovada, mas precisam ser compatíveis com as condições de operação de cada empresa.
A pesquisadora também reforça que, embora alguns tratamentos sejam chamados popularmente de “neutralização”, o objetivo real é a remoção dos contaminantes, tanto para viabilizar o reuso quanto para garantir que o eventual descarte cumpra normas legais e não altere a qualidade ambiental. No caso de efluentes ácidos ou alcalinos, a neutralização adequada também evita danos à infraestrutura, como corrosão e incrustações em tubulações.
Viabilidade para pequenas empresas e novas soluções
Os métodos mais modernos, como processos oxidativos, osmose reversa, nanofiltração, eletrólise e eletrocoagulação, têm custo mais elevado. No entanto, Marina explica que alternativas como precipitação, floculação, adsorção e filtração convencional são mais acessíveis e podem ser instaladas em sistemas compactos e modulares.
Outra possibilidade é o compartilhamento de estações de tratamento entre empresas de um mesmo complexo industrial com efluentes de características semelhantes.
Entre as soluções emergentes, ela aponta a automatização das estações de tratamento de esgoto industrial como uma tendência que aumenta a eficiência e simplifica a operação. Processos baseados em membranas, como a osmose reversa, também podem facilitar a rotina de tratamento ao reduzir a dosagem de produtos químicos, embora nem sempre sejam economicamente viáveis para todas as operações.
O Senai prepara profissionais para lidar com resíduos e emissões na indústria química. Fale com a gente agora mesmo: