Ouvindo...

Automóveis híbridos: especialista revela os desafios dos testes de eficiência

Um carro híbrido tem dois “corações”: um motor a combustão e um elétrico. Fazer os dois funcionarem em perfeita sincronia é um dos desafios da engenharia de automóveis; especialista explica como laboratórios trabalham para garantir que a tecnologia funcione bem no trânsito real

Estrutura de testes avançados é o que permite o desenvolvimento de novos carros híbridos

Um veículo híbrido promete o melhor de dois mundos: a autonomia da gasolina e a eficiência silenciosa da eletricidade. No entanto, fazer esses dois “corações”, o motor a combustão e o motor elétrico, trabalharem juntos de forma harmônica é um desafio técnico complexo.

Como garantir que essa tecnologia, que troca de papéis o tempo todo, será durável e realmente eficiente na vida real? A resposta está em testes rigorosos, que vão muito além de simplesmente colocar o carro na rua. É o que explicou em entrevista á Itatiaia, o engenheiro mecânico Júlio Cézar de Alvarenga Pires, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Centro de Inovação e Tecnologia do Senai (CIT Senai).

O desafio da sincronia

Segundo Pires, o problema não é testar cada motor separadamente, mas sim a interação entre eles. "É necessário também gerenciar o motor elétrico e suas múltiplas formas de interação com o sistema térmico, o que demanda uma abordagem integrada e altamente sincronizada”, afirma.

Em um híbrido, o motor elétrico pode auxiliar o motor a combustão em uma subida ou assumir totalmente a direção no trânsito. Em outros momentos, ele atua como gerador, recuperando a energia que seria perdida nas freadas para recarregar a bateria. Testar todas essas trocas exige laboratórios especializados.

Para superar essa barreira, o CIT Senai desenvolveu uma metodologia própria, resultado da colaboração entre o instituto de tecnologia e as próprias montadoras. A estrutura também conta com o incentivo governamental do MOVER, política que estimula, através de incentivos fiscais o desenvolvimento de tecnologias automotivas mais sustentáveis e eficientes.

Leia também

Simulando anos de uso em meses

A parte mais crucial para o consumidor é saber se o carro vai durar. Para isso, os laboratórios realizam testes de “durabilidade acelerada”. Esses testes, explica Pires, simulam anos de uso intenso em apenas alguns meses. É como se o carro rodasse o dia inteiro, subindo ladeiras, parando e andando no trânsito, e pegando estrada, sem parar, para encontrar falhas que só apareceriam muito tempo depois.

Para avaliar a eficiência, simuladores avançados replicam trajetos reais, medindo o consumo de combustível e a autonomia elétrica em cada cenário, seja no trânsito pesado de uma cidade ou em velocidade constante numa rodovia. Segundo o coordenador, essa abordagem, que simula desde o trânsito urbano até o desgaste acelerado, torna as avaliações mais confiáveis para o motorista comum.

Pires aponta que essa estrutura de testes avançados é indispensável para o desenvolvimento da produção nacional de automóveis híbridos. O trabalho de pesquisa e validação, segundo ele, “fortalece a capacidade de inovação e a competitividade da cadeia produtiva no Brasil”, conclui.

Com os laboratórios do SENAI, sua empresa pode validar soluções automotivas mais limpas e eficientes. Clique aqui para saber mais informações.

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.