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Dólar volta a subir para R$ 5,40, e bolsa fecha estável com aversão global ao risco

Moeda americana valoriza com alta global, enquanto bolsa brasileira encerra ciclo de recordes com leve queda

Moeda americana teve valorização global

O dólar voltou a valorizar frente ao real nesta terça-feira (4), com alta de 0,75% cotado a R$ 5,40. O movimento da moeda americana reflete um avanço global, com investidores demonstrando maior aversão ao risco nos mercados emergentes e fortalecendo suas posições nos Estados Unidos.

O índice do dólar (DXY), indicador que mede a força da moeda frente a seus pares do mercado, valorizou 0,34% e subiu para 100,211 pontos. A estratégia dos investidores é um reflexo da redução das apostas por novos cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos, após a decisão do Federal Reserve de levar a banda para entre 3,75% e 4,00%.

“A percepção de que os juros americanos cairão a um ritmo mais devagar impulsionou a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano e favoreceu a atração de investimentos estrangeiros, fortalecendo o dólar globalmente”, disse o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos.

Na decisão da última quarta-feira, dia 29 de outubro, o Fed fez um corte de 0,25 ponto percentual. Porém, o presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, disse que novos cortes estavam longe de serem garantidos, principalmente diante da ausência de dados oficiais em razão da paralisação do governo.

“As falas recentes de dirigentes também seguem reforçando visões divergentes sobre riscos à economia, o que aumenta a sensibilidade dos investidores a novos sinais”, destacou o especialista.

Ibovespa fecha perto da estabilidade

O Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, fechou o dia perto da estabilidade com um leve recuo de 0,03% aos 150.405 pontos. Essa queda encerra uma sequência de seis recordes consecutivos na bolsa de valores local, a B3.

No mercado de ações, repercutiu as falas de CEOs de Wall Street que esperam uma queda acentuada nos preços em até dois anos, de acordo com a agência Bloomberg. Os executivos afirmam que o mercado acionário está valorizado, e que a tendência agora é de queda com os investidores realizando lucros.

No Brasil, os investidores esperam uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a Selic. Os diretores vão divulgar nesta quarta-feira (5) o resultado da reunião, mas a expectativa geral do mercado é pela manutenção da taxa em 15% ao ano.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.