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Bolsa fecha em novo recorde com corte de juros nos EUA, e dólar fica estável

Corte nos juros americanos valorizou ativos brasileiros, mas falas do presidente do Fed foram um ‘balde de água fria’

Ibovespa fechou em 148 mil pontos pela primeira vez na história

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações brasileiro, fechou a quarta-feira (29) com um novo recorde aos 148.632,94 pontos, em um avanço de 0,82%. No pregão, os investidores reagiram ao anúncio de corte na taxa básica de juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

No meio da tarde, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC na sigla em inglês) do Fed, divulgou o corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos, levando o intervalo da taxa para entre 3,75% e 4%. Por volta de 14h, o Ibovespa chegou a bater 149 mil pontos pela primeira vez na história, mas teve um leve recuo até o fechamento do mercado.

O corte já era esperado pelo mercado financeiro, tendo em vista as últimas falas de diretores da autoridade monetária do EUA que demonstraram preocupação com a queda na taxa de emprego, mesmo com o risco inflacionário. Porém, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, jogou um balde de água fria na sessão.

O executivo afirmou que uma nova rodada de cortes de juros não estava garantida para a reunião do FOMC em dezembro. O comitê avaliou que os riscos de enfraquecimento do emprego aumentaram, mas agora volta a ponderar a alta na inflação, que teve um avanço de 0,3% em setembro.

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Segundo Powell, houve opiniões divergentes sobre o rumo que o Fed deve tomar em dezembro. “Uma nova redução da taxa básica na reunião de dezembro não está dada. Longe disso: a política monetária não está em um curso pré-determinado”, afirmou.

De acordo com o analista de inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, a fala reforça o dólar globalmente. A moeda americana fechou estável frente ao real, cotada a R$ 5,35.

“A sugestão de que os juros americanos permanecerão estáveis em dezembro impulsionou a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano e favoreceu a atração de investimentos estrangeiros, fortalecendo o dólar globalmente”, explicou o especialista.

Trump e Xi Jinping

Também está no radar dos investidores a primeira reunião entre o presidente Donald Trump e seu homônimo chinês, Xi Jinping. A reunião entre os dois líderes vai ocorrer nesta quinta-feira (30), na Coreia do Sul, onde um sinal de acordo na guerra tarifária entre as duas potências deverá ser dado.

Na segunda-feira (27), Trump disse que os dois países fecharão um acordo. A expectativa é que o presidente americano adie as novas tarifas de 100% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim apresente alguma concessão em relação ao monopólio de terras raras, um grupo de 17 minerais críticos para a indústria.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.