Apesar de menos inadimplentes que os de Minas Gerais e do Brasil, consumidores belo-horizontinos finalizaram mês de julho com mais dívidas em atraso.
Segundo levantamento da CDL/BH, o cadastro de negativados em BH aumentou 6,54%, enquanto em Minas e no Brasil, o índice ficou em 8,8% e 7,98%, respectivamente. Juros elevados e falta de controle das contas e dos gastos contribuíram para este crescimento.
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Para o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, o cenário de
Resistência ao controle financeiro
De acordo com uma pesquisa realizada em agosto deste ano pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, com consumidores com contas em atraso há pelo menos três meses, 37% dos inadimplentes residentes nas capitais do país admitem que não fazem gestão dos próprios ganhos e gastos, sobretudo porque fazem o controle de cabeça (17%).
As principais razões apontadas pelos inadimplentes para a falta de controle orçamentário indicam que a resistência à gestão financeira não está ligada apenas à falta de interesse, mas também a experiências frustrantes e a desafios estruturais associados à instabilidade da renda. Entre eles, 16% relatam já terem monitorado seus gastos, porém, sem perceber resultados relevantes, o que os desmotivou a continuar. Outros 15% atribuem a dificuldade à falta de disciplina para administrar as despesas, enquanto 14% ressaltam a inconstância dos rendimentos ou mesmo o desconhecimento exato de seus ganhos.
Mulheres são mais inadimplentes, mas os homens têm dívidas com valores mais altos
A inadimplência de pessoas físicas em Belo Horizonte, apresentou no mês de julho, estabilidade na divisão por gênero. As mulheres representam 46,81% do público inadimplente na capital mineira e os homens, 43,79%. Mas são eles que acumulam valores médios de dívida mais altos. Enquanto a dívida média entre as mulheres é de R$ 5.381,16, a dos homens é de R$ 5.658,80. “Esse cenário reforça a necessidade de políticas de educação financeira e acesso sustentável ao crédito para ambos os grupos, considerando as diferenças de renda e perfil de endividamento”, reforça o presidente da CDL/BH.
Os percentuais mais elevados de inadimplência concentram-se entre adultos de 50 a 64 anos (23,58%); 40 a 49 anos (22,51%) e 30 a 39 anos (22,48%). Segundo Souza e Silva, esse comportamento pode ser explicado por fatores econômicos e demográficos. “Essas faixas representam o período de maior atividade econômica e acúmulo de responsabilidades financeiras, como aquisição de bens de maior valor e sustento familiar, o que amplia tanto o acesso ao crédito quanto ao risco de endividamento”.
O percentual de inadimplência nas demais faixas ficou assim dividido: 65 a 84 anos (15,05%); 25 a 29 anos (9,02%); 18 a 24 anos (3,6%); 85 a 94 anos (2,47%) e maiores de 95 anos (1,03%). “As faixas mais jovens e mais idosas apresentaram níveis reduzidos, refletindo tanto menor exposição ao crédito quanto menor capacidade ou necessidade de endividamento”, conclui o presidente da CDL/BH.