Fila do INSS chega em 2,9 milhões, e autarquia cria comitê de crise

Fila de pedidos do INSS cresceu 3% em outubro, e acumula 1,3 milhões de pessoas somente em 2025

Comitê de crise do INSS vai trabalhar até junho de 2026 para propor soluções para fila

A fila para conseguir um benefício no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegou em 2,9 milhões de pessoas em outubro, um crescimento de 3% em relação a setembro. A situação fez com que a autarquia criasse, nessa quarta-feira (19), um comitê estratégico para monitorar, avaliar e propor soluções para reduzir a fila de requerimentos de benefícios.

A medida é também uma resposta direta ao aumento de 23% no volume de novos pedidos recebidos pela autarquia de janeiro a outubro. Somente neste ano, foram 1,3 milhões de novos pedidos de aposentadorias e assistenciais.

“Apesar do crescimento no número absoluto da fila, o tempo médio para a concessão de benefícios tem apresentado queda. Graças ao compromisso e esforço contínuo dos servidores, o INSS alcançou o tempo médio de 35 dias para conceder um benefício”, disse o INSS.

Dos 2,9 milhões de pessoas na fila, o INSS só consegue atender 1/3 dos pedidos, cerca de 920 mil pessoas. Em setembro, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou que a fila poderia cair com a chegada de 500 novos peritos médicos federais aprovados em concurso neste ano.

O INSS também passou a pagar um bônus para os peritos atingirem metas de atendimento, em março. Com a medida, a fila chegou a cair 10%, mas voltou a subir em julho com o sobrestamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em outubro, o instituto chegou a suspender o programa por falta de verba, em meio a uma disputa com o Ministério da Previdência pela recomposição do orçamento.

O comitê vai atuar diretamente nos 920 mil processos sob a governabilidade do INSS. O grupo terá a missão de propor soluções e melhorias para as demais pendências do estoque. O prazo final para os trabalhos é 30 de junho de 2026.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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