A exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos teve uma queda de 38% em outubro, segundo o boletim da balança comercial do Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgado nesta quinta-feira (6). As vendas para os americanos caíram de US$ 3,57 bilhões para US$ 2,22 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Outubro foi o terceiro mês de vigência da sobretaxa de 50% imposta sobre os produtos brasileiros. Ao longo desse período, o governo brasileiro trabalha para se aproximar da gestão de Donald Trump, com quem celebrou avanços na diplomacia no final de setembro com o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o magnata republicano.
Porém, ainda sem um acordo, o Brasil registrou mais uma queda acentuada na balança comercial com os americanos. Em setembro, a queda havia sido de 20,3%, enquanto em agosto, no primeiro mês do tarifaço, o recuo foi de 18,5% ante o mesmo período do ano passado.
Em contrapartida, as importações de produtos americanos cresceram 9,62% em outubro para US$ 3,98 bilhões, resultando em um déficit de US$ 2,22 bilhões. A última vez que o Brasil teve superávit no comércio com os americanos foi em dezembro de 2024, no valor de US$ 468 milhões.
No acumulado do ano, o Brasil registrou uma queda de 4,5% nas exportações para os Estados Unidos, saindo de US$ 32,95 bilhões para US$ 31,46 bilhões. Enquanto as importações tiveram um salto de 11,57¨%, para US$ 38,3 bilhões - déficit de quase US$ 7 bilhões no comércio de janeiro a outubro.
Balança comercial tem o segundo maior superávit para o mês de outubro
No geral, a balança comercial brasileira teve o segundo maior superávit para o mês de outubro. O país vendeu US$ 31,97 bilhões com alta de 9,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações tiveram uma queda de 0,8%, aos US$ 25 bilhões na mesma comparação.
Como resultado, o país teve um aumento de 70% na balança comercial, saltando de US$ 4 bilhões em outubro de 2024 para US$ 6,9 bilhões no mês passado. O resultado positivo se dá pelo acréscimo de 33,42% nas vendas para a China, principal parceiro comercial do Brasil.
As exportações para os chineses saíram de US$ 6,9 bilhões para US$ 9,21 bilhões. As exportações também cresceram para os demais países do Mercosul, com avanço de 14,3%, e para a União Europeia (+7,6%).
No mesmo sentido, as importações da China caíram 3,23%, de US$ 6,65 bilhões para US$ 6,44 bilhões. Também houve queda nas compras da Argentina (-13,46%) e da Rússia (-42,86%).
Entre os setores, a agropecuária teve uma alta de 24% nas exportações, especialmente com a venda de soja (+42,7%), café não torrado (+16%) e milho moído (+7,2%). O agro é seguido pela indústria extrativa com avanço de 22%, puxado pelo minério de ferro e seus concentrados (+29,5%), minérios de cobre (+198,5%) e óleos brutos de petróleo (+9%).