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Dólar cai, e Bolsa renova recorde na espera pela “Superquarta”

Investidores têm no radar o possível corte de juros nos Estados Unidos, o primeiro em um ano

Moeda chegou em R$5,30 e fechou o dia em R$ 5,32

O dólar segue em trajetória de queda nesta segunda-feira (15) na espera da reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que deve resultar no primeiro corte de juros do ano.

A moeda à vista fechou o dia cotada em R$ 5,321, com uma queda de 0,61%, o menor patamar desde junho de 2024. O dólar chegou a tocar um patamar mínimo de R$ 5,30 durante o pregão, após abrir a segunda em R$ 5,35.

Por sua vez, o índice Ibovespa, indicador do desempenho das ações negociadas na bolsa de São Paulo (B3), bateu um recorde nominal de 143.546 pontos, uma alta de 0,90% em relação ao pregão da última sexta-feira (12).

O índice também chegou em patamares maiores durante o pregão, com o recorde em 144.193,58 pontos. O volume total negociado na bolsa foi de R$ 17,3 bilhões.

O bom desempenho do mercado brasileiro ocorre na expectativa pelas decisões da chamada “Superquarta”, quando a reunião do Fed vai coincidir com a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC).

Se por um lado os Estados Unidos devem ter uma queda de 25 pontos percentuais na taxa básica de juros, atualmente calculada entre 4,25% e 4,50% ao ano, a expectativa é que no Brasil o Copom mantenha a Selic em 15% ao ano. A percepção de manutenção na taxa brasileira foi renovada pelo Boletim Focus com as principais projeções do mercado.

O relatório do Banco Central mostra uma leve tendência de queda no Índice de Preços Nacional ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, de 4,85% para 4,83%, mas ainda acima da meta de 3% com tolerância de 1.5 ponto percentual. O cenário fez com que os economistas ouvidos pela autoridade monetária nacional estimassem a Selic para 2026, saindo de 12,5% para 12,38%, a primeira queda nas últimas 32 semanas.

A manutenção da Selic busca esfriar a economia nacional e retomar a inflação para a meta perseguida pelo Banco Central. Na última quarta-feira (10), dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram uma queda de 0,11% na inflação em agosto, a primeira deflação em um ano.

Trump pressiona por corte maior nos juros

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar o presidente do Fed, Jerome Powell, por um corte maior na taxa de juros. Em uma publicação na Truth Social, sua própria rede social, o republicano ironizou Powell e disse que o mercado imobiliário será beneficiado com o corte.

“‘Tarde demais’ (um apelido que ele deu a Powell) deve cortar as taxas de juros, agora, e mais do que ele tinha em mente. O setor imobiliário vai disparar!!!”, escreveu o presidente dos Estados Unidos.

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