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Hoje, o mercado oferece uma grande variedade de cremes dentais: branqueadores, antitártaro, para dentes sensíveis, com ou sem flúor. Compreender as diferenças entre esses produtos é essencial para fazer a escolha mais adequada, especialmente com base nas necessidades específicas de cada pessoa.
Tipos de pasta de dente: o que considerar
Segundo a professora Carmen Llena Puy, do Departamento de Estomatologia da Universidade de Valência, ouvida pelo site Infobae, a maioria das pastas dentais possui em sua composição agentes abrasivos (como sílica hidratada ou bicarbonato de sódio), surfactantes (como o lauril sulfato de sódio), umectantes, aromatizantes e flúor, componente essencial na prevenção de cáries.
Veja os principais tipos de pasta de dente disponíveis no mercado:
- Com flúor: recomendadas para prevenir cáries, são amplamente indicadas por associações odontológicas internacionais.
- Branqueadoras: contêm substâncias como peróxido de hidrogênio ou bicarbonato, que ajudam a remover manchas superficiais. Seu uso deve ser controlado para evitar danos ao esmalte, alertam especialistas.
- Para dentes sensíveis: formuladas com compostos como nitrato de potássio ou arginato de cálcio, que ajudam a reduzir a sensibilidade.
- Antiplaca e antitártaro: incluem ingredientes como zinco ou pirofosfatos para evitar a formação de tártaro.
- Antissépticas: com clorexidina na composição, são indicadas apenas sob orientação profissional.
- Naturais ou sem flúor: voltadas para pessoas com intolerância ao flúor ou que preferem opções mais suaves.
- Probióticas: desenvolvidas para equilibrar a microbiota bucal com o uso de bactérias benéficas. No entanto, segundo a pesquisadora Cheryline Pezzullo, da Universidade de Nova York, sua eficácia ainda está em estudo e elas não devem substituir as pastas convencionais com flúor.
Como escolher de acordo com a sua saúde bucal
A escolha do creme dental ideal deve considerar as condições específicas da boca de cada indivíduo. Algumas orientações gerais incluem:
- Para quem tem cáries frequentes ou histórico familiar, o uso de pastas com pelo menos 1.000 ppm de flúor é recomendado.
- Pacientes com aparelho ortodôntico ou implantes podem se beneficiar de fórmulas com maior ação antiplaca.
- Gengivas inflamadas podem requerer pastas com clorexidina, sempre com prescrição.
- Dentes sensíveis exigem produtos específicos com ação dessensibilizante.
- Branqueadores devem ser usados com cuidado quando há desgaste do esmalte.
- Para crianças, organizações como a OMS e o NIH recomendam ajustar a quantidade de flúor de acordo com a idade: 1.000 ppm até os 6 anos, e 1.450 ppm após essa faixa, sempre com supervisão de um adulto.
Frequência ideal de escovação
De acordo com a American Dental Association (ADA) e a Mayo Clinic, o ideal é escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, por dois minutos, com escova de cerdas macias e pasta com flúor. Também são recomendadas as seguintes práticas:
- Trocar a escova a cada 3 ou 4 meses.
- Utilizar fio dental diariamente.
- Escovar a língua ou usar raspador lingual para combater o mau hálito.
- Em casos específicos, como após consumir alimentos açucarados ou em quem usa aparelho, a escovação pode ser feita até três vezes ao dia.
Outros hábitos que contribuem para uma boa saúde bucal
O cuidado com a boca vai além da pasta de dente. Hábitos complementares fazem toda a diferença:
- Enxaguantes bucais: embora não substituam a escovação, podem reforçar a higiene e proporcionar hálito fresco. Há versões com flúor, antissépticas ou apenas refrescantes.
- Alimentação balanceada: maçãs, cenouras e aipo ajudam a limpar os dentes naturalmente. Morangos, por conterem ácido málico, podem auxiliar no clareamento. Já os laticínios, ricos em cálcio, fortalecem o esmalte.
- Reduzir o consumo de café, vinho tinto e tabaco, que favorecem o amarelamento dos dentes.
- Manter boa hidratação para estimular a produção de saliva, essencial para combater bactérias.
- Visitar o dentista a cada seis meses para limpezas e check-ups preventivos.
A saúde bucal está intimamente ligada à saúde geral. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 3,5 bilhões de pessoas no mundo sofrem com doenças orais - muitas evitáveis com bons hábitos. Pesquisas também indicam que desequilíbrios no microbioma bucal podem estar relacionados a problemas cardiovasculares, diabetes e distúrbios digestivos.