Definitivamente, o que importa, em temos modernos do mundo doente, é destruir reputações. Durante todo o fim de semana fui importunado com ansiosos querendo saber por que eu e a rádio na qual trabalho não estávamos enfatizando o “caso do Nikolas”. Que caso? O fato de um primo dele ter sido preso com maconha.
O que um cidadão que está na ponte aérea Brasília-Belo Horizonte tem a ver com a prisão de um primo, em Uberlândia, acusado de tráfico de maconha?
A propósito, a nossa relação com a maioria dos primos se resume a datas festivas ou fúnebres. E só. Não sei nada da vida dos parentes e nem quero saber, a menos que seja chamado para ajudar ou socorrer.
Estão pegando no pé do Nikolas porque ele é o político mineiro mais atuante - dentro de sua ideologia - é o mais corajoso e dos poucos que não estão preocupados apenas em arranjar acordos e emendas para se perpetuar no poder. Não sou advogado nem eleitor dele, mas, inegavelmente, é quem tem rumo, voz altiva e convicção no parlamento brasileiro. “Ah, mas ele é meio doidinho...” Sim, ele comete equívocos, como colocar aquela peruca na cabeça dentro da Câmara, mas, quem de nós não extrapola? Qual o problema no detalhe se a conduta é digna de aplauso?
Dizem que é novo demais. E qual o problema?
Até o líder dele, Bolsonaro, já dá entrevistas desqualificando-o com falas do tipo “é novo ainda, tem muito a aprender”. Bolsonaro se iguala a Lula na ilusão de que é eterno... Ambos se recusam a passar o bastão, formar novos líderes. Nikolas aparece numa pesquisa do instituto AtlasIntel como o político brasileiro mais bem avaliado. É mais temido pelo governo Lula que toda a bancada mineira de deputados e senadores, juntos.
Nikolas é instruído, articulado, passa credibilidade e tem foco. O principal deles está nas cortes superiores da Justiça, e eu concordo demais: estou com ele na necessidade de rever a escolha, nomeação, tempo de mandato e limites de conduta de ministros do STF.
Minas não tem força em Brasília, recebe de volta menos da metade de investimentos do que manda em impostos e foi a política de pé de ouvido que nos envergonhou com Mariana e Brumadinho. Deixem o Nikolas voar e, se quiserem pegá-lo, trabalhem.