Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usa no peito um broche com a Medalha do Pacificador com Palma, horanria concedida pelo Exército Brasileiro.
Na última segunda-feira (10), no intervalo da sessão, o ex-presidente chegou a dizer, em um vídeo, que alguém poderia questionar o uso do botton e ele afirmou “porque eu tenho direito”.
A medalha que reconhece atos de coragem e abnegação foi dada ao ex-presidente em 2018, logo depois que ele venceu aos eleições, por causa de um episódio em que Bolsonaro, em 1978, salvou um soldado de um afogamento.
Acampamentos no QG Exército
O uso do adereço, no contexto, também tem uma função simbólica. Uma das questões centrais do 8 de janeiro é a presença de manifestantes acampados na porta do Exército e que eram contrários a vitória do ex-presidente Lula. O ato, que terminou com a quebradeira nos prédios dos três poderes, é considerado como parte da tentativa de golpe.
Sem apoio dos comandantes
Segundo investigação da Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro buscava apoio do Exército para concluir o golpe mas não obteve aval do comandante do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Junior. Dos 37 indiciados por participação no suposto plano de golpe de Estado 25 eram militares.
Orgulho da instituição
Com o broche, Bolsonaro mostra orgulho da honraria e da instituição. Em depoimento, o ex-presidente insiste que não houve tentativa de golpe. Bolsonaro também disse que, em nenhum momento, cogitou demitir Freire Gomes e Baptista Júnior.