Os exportadores brasileiros e mineiros, particularmente produtores de café, afetados pela sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos, acompanharam com atenção a interação breve e amistosa entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Assembleia Geral das Nações Unidas.
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse à CNN nesta terça-feira que a conversa entre os dois presidentes poderá ser por telefone ou por vídeo. Empresários se animaram com a sinalização para uma reaproximação entre Trump e Lula, em meio à guerra tarifária global.
Dos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – que vive o seu pior momento no Brasil – com grande probabilidade de ter o mandato cassado - aposta que Lula não conseguirá extrair nada de positivo da conversa.
E ainda poderá ser humilhado, animaram-se os bolsonaristas pelas redes. Mas o mercado viu sinais diferentes: o real valorizou cerca de 1% em relação ao dólar. Dólar em baixa e Bolsa de Valores em alta. O índice de referência Bovespa cresceu mais de 1%, atingindo uma máxima histórica.
Mas afinal, o que significam na linguagem diplomática as palavras de Trump para Lula? O professor de Política Internacional e Comparada da UFMG, Dawisson Belém Lopes, observa que o presidente norte-americano tem o hábito de abandonar pautas quando deixam de recompensar com ganhos de popularidade.
Depois de impor sanções às autoridades brasileiras, em particular ao ministro Alexandre de Moraes e à sua família, Donald Trump pode estar dando sinais de que irá virar a página do julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu discurso, Trump deu sinais de que quer recompor as relações interpessoais com Lula, o que poderá redesenhar as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos.
Quem previu tudo isso foi o próprio Eduardo Bolsonaro. Em mensagem enviada ao pai em 7 de julho de 2025, Eduardo Bolsonaro defendeu o aumento da pressão sobre o Congresso Nacional para passar uma anistia ampla aos condenados pela trama golpista.
E disse, em crítica à possibilidade de uma anistia que não incluísse Bolsonaro e contemplasse apenas as pessoas que se envolveram na invasão e quebradeira da Praça dos Três Poderes: “Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar.” Será que Eduardo Bolsonaro tem razão?